CAMPO GRANDE (MS),

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    08/05/2019

    Deputado Marçal mobiliza presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas

    Audiência sobre psicólogos e assistentes sociais nas escolas foi realizada na Assembleia Legislativa ©DIVULGAÇÃO
    O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) levanta mobilização estadual para que o estado de Mato Grosso do Sul venha a ter a presença de psicólogos e de assistentes sociais nas escolas. O assunto esteve em debate durante audiência pública na noite desta terça-feira (07) e lotou o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Profissionais das áreas da Educação, Assistência Social e Psicologia estiveram presentes.

    Para Marçal Filho, a iniciativa é importante no momento atual. “Hoje em dia, com o acesso à internet, temos mais facilidade no contato com a informação, mas também sofremos de alguns malefícios. A internet aproximou quem está longe, mas afastou quem está perto”, pontuou o deputado, reafirmando ainda que a presença de equipes multidisciplinares nas escolas poderá contribuir para a prevenção ao suicídio de adolescentes e o combate à depressão, doença que tem incapacitado pessoas nas mais diferentes faixas etárias.

    A professora doutora Alexandra Ayache, psicóloga e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), afirmou que deve também ser debatida a forma ideal para inserir a Psicologia nas instituições educacionais. “A grande questão é de que forma podemos estar inseridos nessas instituições. De que forma trabalharemos a não medicalização dos problemas escolares. Como contribuiremos com uma educação emancipadora”, afirmou.

    Para ela, a educação precisa ser construída de forma emancipadora, de forma a superar os problemas de aprendizagem e que desenvolva as pessoas envolvidas na comunidade escolar. "Queremos o engajamento nas políticas educacionais, trabalho coletivo com estudantes que são os protagonistas, com os professores, assistentes sociais e a comunidade", explicou, acrescentando que a sociedade é complexa, individualizada e passa por transformações.

    Nesse sentido, Sônia Urt, professora pós-doutora da UFMS, disse que é necessário afastar a visão reducionista, que impõe a culpabilização aos pais, ao aluno ou aos professores, e que termina em medicação. “A preocupação com o uso da Psicologia no ensinar e no aprender é antiga, mas hoje queremos outro viés. Não queremos a Psicologia sendo direcionada única e exclusivamente à doença e à patologia. Nós podemos ajudar no enfrentamento da violência, do bullying, do sofrimento e do adoecimento”, frisou Sônia.

    A Assistente social, Maria Aparecida de Assunção Ribeiro, destacou as dimensões e abordagens do atendimento às famílias. “Enquanto sujeitos coletivos, temos que atuar frente aos processos de educação pública, contribuindo para a qualidade do serviço, a partir dos interesses da classe trabalhadora”, reforçou Maria Aparecida.

    A vereadora Cida Amaral (Pros), de Campo Grande, também esteve presente e destacou a importância da equipe multidisciplinar. “Nós precisamos de assistentes sociais e psicólogos nas escolas. Trabalhei com equipes multidisciplinares no hospital, quando era enfermeira, e também que enquanto professora de curso técnico presenciei o índice mínimo de evasão escolar quando a equipe multidisciplinar foi contratada. Cada uma dessas profissões tem a sua função, e precisamos delas para oferecer um serviço de educação com qualidade”, afirmou Cida.

    De acordo com o deputado Marçal Filho, a audiência foi a primeira etapa de uma série de debates que vão continuar sendo feitos, para que mobilizações sejam realizadas e possam sensibilizar demais autoridades para que somem esforços e possam entender o quanto é necessário e até mesmo urgente a presença do psicólogos e assistentes sociais nas escolas públicas. Uma carta com o resultado da audiência será produzida, com as principais reivindicações dos profissionais, para ser encaminhada ao Governo do Estado, administrações municipais e demais órgãos competentes.
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