Grupo permanece no local queimando madeiras e pneus velhos © Valdenir Rezende |
A rodovia BR-163 continua bloqueada por grupo de 120 indígenas de diversas etnias desde às 4 horas da manhã, na saída de Campo Grande para Jaraguari. O engarrafamento já soma 5 km nos dois sentidos da via. O objetivo dos indígenas é chamar a atenção do Governo Federal para que lideranças participem de debates a respeito de melhorias na saúde. O grupo permanece no local queimando madeiras e pneus velhos.
De acordo com informações do líder indígena da etnia Ofaié Marcelo da Silva Lins, as frequentes mudanças do governo causaram prejuízo no atendimento e podem não comtemplar as necessidades da comunidade.“Com saúde não se brinca. A gente erra em educação e em esporte, mas isso da para se reverter, a saúde não, quando se perde uma vida , não tem como voltar atrás”, afirmou Marcelo.
O objetivo do protesto é justamente chamar a atenção das autoridades para que prestem mais auxílio às tribos indígenas. Além disso, Marcelo citou a declaração sobre as terras da fazenda Buriti não ser de propriedade indígena. “ Isso também é nossa pauta, por que assim como a saúde, a terra também é vida”, disse.
Além do bloqueio na BR-163 saída para Jaraguari, há outros grupos indígenas que estão bloqueando as rodovias que dão acesso a Amambaí, Tacuru e Paranhos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está no local negociando com o grupo a liberação total da rodovia. No entanto, grupo chegou a liberar 10 veículos de cada lado da pista com intervalo de 5 minutos, mas não concordaram em cessar o bloqueio.
O motorista Aguimar Gonçalves Moreira de 41 anos, saiu ás 4h30 de Campo Grande com destino a uma fazenda em Bandeirantes para carregar o caminhão com soja e está a quatro horas esperando liberar a pista.“ Infelizmente vamos atrasar”, disse.
Já o motorista de ônibus Ezequiel de Paula de 45 anos, saiu de Campo Grande ás 5h da manhã com destino a Rondonópolis (MT), com a expectativa de chegar lá às 12h, mas com a pista bloqueada a estimativa é que a chegada será adiada para ás 18h.“ Se eles acham que estão direito deles, tudo bem, não há o que fazer, por que quem vive no trecho, sabe que isso pode acontecer em qualquer lugar”, afirmou.
Fonte: CE
Por: BRUNA AQUINO E RENAN NUCCI