CAMPO GRANDE (MS),

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    23/01/2018

    Marun: governo quer votar reforma da Previdência 'de qualquer jeito' em fevereiro

    Ministro deu declaração durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Segundo 'O Estado de S. Paulo', Henrique Meirelles (Fazenda) disse a investidores que votação pode ficar para novembro.

    Marun: governo quer votar reforma da Previdência 'de qualquer jeito' em fevereiro © Reprodução
    O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou nesta terça-feira (23) que o Palácio do Planalto quer votar a reforma da Previdência em fevereiro "de qualquer jeito" (veja no vídeo acima).

    Marun convocou uma entrevista coletiva nesta terça no Palácio do Planalto para falar sobre o assunto.

    Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda (22) a investidores em Londres (Inglaterra) que a votação pode ficar para novembro.

    "[A reforma] será votada em fevereiro de qualquer jeito, mas colheremos uma grande vitória", disse Carlos Marun nesta terça.

    Pelo calendário anunciado no ano passado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a discussão sobre a reforma da Previdência começará no plenário no próximo dia 5 de fevereiro e a votação, duas semanas depois, no dia 19.

    O governo enviou ao Congresso a proposta de reforma da Previdência em dezembro de 2016. O texto chegou a ser aprovado pela comissão especial da Câmara em maio, mas, desde então, não avançou, principalmente porque não há consenso entre os partidos sobre o texto.

    Em dezembro, o governo chegou a estipular um calendário para a votação no plenário, mas, sem a garantia de vitória, decidiu adiar a votação para este ano.

    A reforma é defendida pelo presidente Michel Temer como uma forma de equilibrar as contas públicas e cortar privilégios.

    Votos

    A proposta apresentada ao Congresso é uma emenda à Constituição (PEC) e, por isso, precisa ser aprovada em duas votações na Câmara e em mais duas no Senado.

    No caso da Câmara, são necessários os votos de pelo menos 308 dos 513 deputados. O Senado só analisará a reforma depois que o projeto passar pela Câmara.

    Diante da dificuldade do governo de conseguir votos necessários para aprovar o projeto, aliados de Temer passaram a cogitar, nos bastidores, a possibilidade de a votação ser adiada para novembro, após as eleições. Marun, contudo, refutou a tese.

    "Queremos reafirmar de forma peremptória a decisão e a disposição do governo em votar a reforma da Previdência ainda no mês de fevereiro, e nos dias estabelecidos na agenda proposta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia", disse o ministro.

    "É mais fácil o sargento Garcia prender o Zorro do que aprovarmos a reforma da Previdência ou colocarmos em votação a reforma da Previdência em novembro. Ou seja, é impossível".

    Meirelles

    Durante a entrevista no Palácio do Planalto, Marun disse que a avaliação de Meirelles sobre a votação ficar para novembro não "condiz com o pensamento do governo" (veja no vídeo acima).

    Responsável pela articulação política do Planalto, Marun enfatizou que Meirelles não participou das últimas conversas sobre a reforma, já que viajou para Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

    "Talvez, por isso, [Meirelles] tenha, em algum momento, colocado como a sua opinião [deixar a votação para novembro], seu pensamento, mas na verdade, neste caso, esse pensamento não condiz com o pensamento do governo", afirmou.


    Por Guilherme Mazui, G1, Brasília


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