Lideranças sindicais que representam os trabalhadores na indústria de carnes dizem ter reunido dois mil funcionários da JBS na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (19), para cobrar dos deputados medidas que impeçam o fechamento da empresa e a consequente perda dos empregos.
Está em andamento no órgão uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os negócios do grupo J&F, dono da rede de frigoríficos. A pedido do grupo, a Justiça bloqueou R$ 730 milhões em bens da companhia diante da suspeita de irregularidades.
A JBS, em resposta à decisão, resolveu suspender os abates em todas as sete unidades que trabalham com carne bovina em Mato Grosso do Sul. A direção anunciou que os funcionários vão receber normalmente os salários no início de novembro, mas depois disso, a situação é incerta.
“Nós não sabemos o que vai acontecer. Queremos que os deputados tomem alguma medida. Foram eles que entraram com as ações”, diz Wilson Gimenez, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne e Derivados de Campo Grande.
Segundo funcionários, mais de 50 ônibus deixaram as sedes das unidades da Capital rumo à Assembleia.
Na terça-feira passada, um protesto semelhante foi realizado no órgão e os deputados da CPI prometeram buscar um acordo com os donos da JBS mediado pela Justiça. O encontro entre eles ainda não foi marcado porque o desembargador responsável pelo caso estava viajando.
Segundo Gimenez, os trabalhadores pedem celeridade nesse processo diante do risdo de ficarem desempregados.
José Modelski, secretário-geral da Contac (Confederação nacional de Trabalhadores das Indústrias de Alimentação), disse que além dos R$ 730 milhões bloqueados pela ação da CPI, o grupo JF também teve outros bens sequestrados em outras duas ações abertas por advogados.
Ele não detalha de onde são e tampouco o motivo dos processos, mas afirma que a empresa está dizendo aos funcionários que os sete frigoríficos que hoje estão apenas paralisados podem vir a fechar. “A situação piorou”, exclama.
O futuro é incerto também para as unidades da JBS que trabalham com outros tipos de abate, como a de Sidrolândia, especializada em cortes de frango. O local por enquanto continua funcionando, mas os dirigentes já alertaram os trabalhadores que se a situação não se reverter, a fábrica também pode suspender as ativides nos próximos 40 ou 50 dias.
“Queremos informações, saber como está essa negociação, se os deputados conseguiram falar com a JBS. Queremos rapidez”, diz Sérgio Dolzan, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carne e Derivados de Sidrolândia).
Fonte: campograndenews
por: Ricardo Campos Jr. e Leonardo Rocha