CAMPO GRANDE (MS),

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    02/08/2017

    ​CASO KAUAN| Preso há mais de 10 dias, professor ainda nega envolvimento com ‘sumiço’ de Kauan

    © Divulgação
    Para o advogado Alessandro Farias, o professor suspeito de estuprar e matar Kauan Andrade, de 9 anos, negou envolvimento no desaparecimento do menino. O homem de 38 anos foi preso no dia 20 de julho pelo crime e está desde segunda-feira (31) no IPCG (Instituto Pena de Campo Grande).

    Segundo o advogado, o cliente nega muito dos fatos dos quais foi responsabilizado, entre eles o desaparecimento do menino. “O professor nega que tenha qualquer tipo de participação no desaparecimento do Kauan. Nega também vários fatos que estão sendo atribuídos a ele”, afirmou a defesa, sem detalhar quais fatos são esses.

    Kauan sumiu no dia 25 de junho e foi visto pela última vez quando cuidava de carros no Jardim Aero Rancho. Depois de mais de 20 dias desaparecidos, a polícia concluiu com as investigações que o menino havia sido estuprado e morto. Nos depoimentos de testemunhas, o professor foi apontado como o principal suspeito do crime.

    O corpo de Kauan, segundo a principal testemunha do caso, um adolescente de 14 anos que teria participado diretamente do crime, havia sido jogado na madrugada do dia 26 de junho no Córrego Anhanduí. Buscas foram feitas por toda a extensão do córrego, mas o corpo não foi encontrado.

    Alessandro Farias afirmou ainda que vai aguardar a conclusão dos inquéritos, que deve acontecer até o fim desta semana, para realmente definir a linha de defesa.

    O caso

    Durante as investigações do desaparecimento de Kauan a polícia chegou a um adolescente de 14 anos, a última pessoa, além do suspeito, que teria visto o menino vivo. Ele relatou as equipes da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) que assim como os amigos era pago para manter relações sexuais com o professor.

    O adolescente, Kauan e outros dois jovens, segundo as vítimas, eram 'acostumadas' a ir até a casa do suspeito, no Coophavilla II e receber em troca de favores sexuais dinheiro, cerca de R$ 5. Se as vítimas levassem amigos para participar do crime, o valor era maior. Vizinhos chegaram a relatar a equipe do Midiamax, o local ‘vivia cheio de crianças’, mas que nunca ninguém desconfiou da situação.

    Em vários momentos nos depoimentos, as crianças afirmam que Kauan já havia sido abusado pelo homem. No dia do crime, ainda segundo adolescente, o menino de 9 anos teria ido com ele até a casa do professor e acabou morto durante o estupro. Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos o colocaram em um saco plástico e o ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.

    No local onde o crime teria acontecido a polícia encontrou vários filmes pornográficos, entre eles dois feitos pelo próprio suspeito. Em um dos vídeos, o professor se relacionava com uma menina, de 17 anos e no segundo com dois adolescentes. Ele foi preso em flagrante pelo crime de armazenar material pornográfico envolvendo criança ou adolescente.

    Vestígios de sangue também foram recolhidos pela polícia no quarto e no porta-malas do carro do suspeito. Nesta terça-feira (1º) a Depca recebeu os laudos, mas pediu novos exames para confirmar que o sangue encontrado na residência de fato pertence ao menino.

    De acordo com a polícia, já havia sido coletado dados genéticos da mãe, Janete dos Santos Andrade, 35 anos. Agora será pedido a coleta de material de um parente do sexo masculino, para confrontar com o material colhido na casa do suspeito. A previsão é a de que os exames estejam prontos na próxima semana.

    Fonte: Midiamax
    Por: Geisy Garnes e Arlindo Florentino


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