Grupo deveria ter mandado documentação ontem, mas pediu ampliação de prazo em 45 dias
O pedido de ampliação do prazo para entrega de documentos por parte da JBS dividiu a opinião dos membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa, que analisa incentivos fiscais concedidos a empresas pelo governo de Mato Grosso do Sul.
Nesta terça-feira (4), o presidente do grupo, deputado Paulo Corrêa (PR), disse que é contra qualquer ampliação – a empresa pediu 45 dias, quando o prazo terminou na segunda-feira (3). Ele entende que quando citou os termos firmados com o Estado na delação premiada, a JBS estava com toda a documentação disponível.
“Se tinham para delação, então é só mandar este material”, disse ressaltando discordar da justificativa apresentada pela empresa.
Quem compartilha da mesma opinião é o deputado Paulo Siufi (PMDB), afirmando que “é um absurdo” uma empresa como a JBS não ter as informações disponíveis. “Isto mostra que a empresa não está dando o devido o valor para a CPI”.
Achando que é melhor não colocar obstáculo à investigação, os deputados Flávio Kayatt (PSDB), Eduardo Rocha (PMDB) e Pedro Kemp (PT) acreditam que o melhor é conceder mais prazo, mas não os 45 dias pedidos pela empresa.
“Não podemos entrar no jogo deles, tem que ter bom senso neste momento”, disse Kayatt defendendo 30 dias a mais. Kemp acha que 20 dias são suficientes para a empresa reunir a documentação. “Não atrapalharia (esperar), já que os auditores analisariam primeiro os documentos da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda)”. Para Rocha, “pelo menos” a JBS manifestou interesse em colaborar ao responder à CPI.
Na próxima reunião do colegiado, os cinco integrantes vão votar sobre a dilação do tempo para a empresa enviar as informações pedidas. A intenção da CPI é cruzar os dados para ver se batem com os apresentados pelo Estado.
A princípio, os trabalhos vão durar 120 dias, ou seja, quatro meses, e o período pode ser ampliado. A estimativa é de R$ 30 mil de gastos mensais com a investigação.
Fonte: campograndenews
Por: Mayara Bueno e Leonardo Rocha