CAMPO GRANDE (MS),

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    28/07/2017

    Motorista de Uber pode ficar paraplégico e família pede doações de sangue

    Nelson é professor de Educação Física e jogador em um clube de futebol

    Nelson joga como meio-campista em clube de futebol © Reprodução/Facebook
    Professor de Educação Física e motorista de Uber, Nelson Miyashiro Tobaru, de 38 anos, pode ficar paraplégico devido ao projétil da bala que o atingiu ontem, quando saía para corrida com dois jovens, no Jardim Carioca, em Campo Grande.

    Maickon Alves Marques, de 22 anos, e Reynan Felipe Alves de Oliveira, de 20, morreram dentro do veículo e Nelson foi socorrido.

    Assessoria de comunicação da Santa Casa confirmou ao Portal Correio do Estado que há suspeita de que paciente pode ficar sem os movimentos das pernas. Ele foi atingido por três disparos, no rosto, ombro e nas costas, onde bala teria se alojado.

    Tiro da arma que atingiu as costas do motorista possivelmente “estilhaçou” e atingiu a coluna, o que teria causado uma lesão na vértebra T7, segundo informação extraoficial.

    Nelson está consciente e comunicativo na enfermaria da unidade e segue sendo avaliado por profissionais da neurologia e fisioterapia. Quadro de saúde do professor é considerado estável.

    ATLETA

    Nelson é conhecido pelos amigos pelo apelido de 'Shinho' e estava trabalhando como motorista da Uber para complementar a renda familiar, conforme informações de pessoas próximas a ele.

    Além disso, o professor joga tênis de mesa e participaria de um campeonato, ele também treina em um clube de futebol chamado Piratas Pantaneiros F.C. na posição de meio-campista. 

    Em sua página no Facebook, o clube rival ao que Nelson joga, o Atlético Campo-grandense, publicou mensagem de solidariedade.

    "Vivemos tempos difíceis em que cidadãos de bem e de paz como Shinho são violentados enquanto trabalham. Estamos na torcida para que esse craque vença essa batalha! Que Deus abençoe! Pedimos vibrações positivas de todos", informa trecho.

    FAMÍLIA PEDE DOAÇÕES

    Após ser socorrido para a Santa Casa de Campo Grande com três ferimentos de tiro pelo corpo, Nelson precisou usar grande quantidade do estoque sanguíneo do Hemosul da unidade.

    Agora, familiares e amigos do professor e motorista de Uber pedem para população ajudar a repor o banco de sangue.

    Tipagem sanguínea de Nelson não foi confirmada. De acordo com a assessoria do hospital, são aceitos todos os tipos sanguíneos. Coletas são realizadas de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h e das 13h às 16h.

    EMBOSCADA

    Conforme boletim de ocorrência, dois jovens solicitaram uma corrida pelo aplicativo Uber, na Rua Zacarias Mourão, Bairro Jardim Carioca, em Campo Grande. Ao entrar no carro, um Peugeot preto, foram cercados por três veículos, um Fox dourado que estava com quatros homens, uma moto Tornado preta com dois homens e uma caminhonete Hilux preta que não teve a quantidade de integrantes divulgada. Grupo disparou várias vezes contra o veículo.

    Jovens foram atingidos por vários tiros, não resistiram aos ferimentos e morreram no local. Motorista do Uber foi baleado no rosto, nos ombros e nas costas. Motorista chegou a informar aos policiais que não conhecia os jovens e apenas estava ali para uma corrida pelo aplicativo Uber.

    PEDIDO DE SOCORRO

    O motorista, que ficou no meio do fogo cruzado, conforme relato de testemunha, acelerou para aparentemente tentar fugir. Andou por cerca de 100 metros de onde começaram os disparos. Os suspeitos dos tiros continuaram disparando e a vítima, que estava trabalhando, também foi alvejada.

    Quem viu Miyashiro, contou à reportagem que ele estava em choque e pedia ajuda. "Pelo amor de Deus, me ajuda. Pelo amor de Deus, me ajuda", comentou um dos bombeiros que acompanhou o atendimento sobre o pedido do motorista.

    A equipe de socorro tentou acalmá-lo e enquanto uma ambulância fez o primeiro atendimento, outra viatura com mais suporte de atendimento já aguardava na Avenida Duque de Caxias para levá-lo à Santa Casa.

    Fonte: CE
    Por: MARIANE CHIANEZI e BRUNA AQUINO
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