CAMPO GRANDE (MS),

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    31/07/2017

    Integrante do PCC foi executado por traição após ser julgado pelo tribunal do crime

    Ossada foi encontrada no dia 20 de julho, em estrada rural de Campo Grande 

    Dos dezoito envolvidos, doze foram presos, quatro adolescente apreendidos e dois estão foragidos © João Paulo Gonçalves

    Mauro Eder Araújo Pereira, 31 anos, integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi julgado pelo tribunal do crime e executado por outros integrantes do PCC, porque teria repassado informações privilegiadas à facção rival, o Comando Vermelho. Ossada da vítima foi encontrada no dia 20 de julho, na estrada que dá acesso ao Balneário Atlântico, em Campo Grande.

    Dezoito pessoas foram indiciadas por participação no crime, sendo doze presas, quatro adolescentes apreendidos e dois foragidos.

    De acordo com o delegado Márcio Shiro Obara, da Delegacia Especializado de Repressão aos Crimes de Homicídio (DEH), investigações começaram por conta de registro do desaparecimento da vítima, que ocorreu no dia 29 de maio deste ano.

    Durante diligências, chegou ao conhecimento da polícia um vídeo da vítima sendo executada por disparo de arma, além das informações de que ele pertencia a uma facção criminosa.

    Doze integrantes do PCC foram presos por participação na execução © Bruno Henrique
    Suspeitos foram identificados e, após três semanas, em cumprimento de mandado de prisão, doze foram presos e quatros adolescentes apreendidos por participação no crime. Dois suspeitos estão foragidos.

    MOTIVAÇÃO

    Em depoimento, criminosos disseram que crime foi cometido porque Mauro teria matado duas pessoas sem autorização do PCC e estaria repassando informações e localização de integrantes do PCC ao Comando Vermelho.

    Por conta da traição, ele foi sequestrado e mantido em cativeiro por seis dias, tendo passado por cinco imóveis em diferentes bairros durante o período.

    Vítima foi pega no bairro Guanandi, onde residia, e levada de moto até uma casa em uma favela no Portal Caiobá, onde ficou dois dias em cativeiro, sob vigia de três criminosos.

    Em seguida, ele foi transportado em um Uno até uma casa no bairro Mário Covas, onde ficou por apenas um dia. No outro dia, foi levado por um Uber até a casa de um dos suspeitos, no Estrela D'alva, de onde foi levado em outro Fiat Uno para uma residência na área rural, no Jardim Veraneio.

    No sexto dia de cativeiro, foi transportado em um Gol até a casa de outro integrante da facção, no Jardim Noroeste, onde ficou até ser lavado para a estrada de acesso ao balneário, onde foi executado.

    Em cada imóvel, diferentes pessoas faziam a segurança do local, sendo pelo menos três integrantes armados, e faziam o interrogatório da vítima. Julgamento era feito por meio de videoconferência pelo chamado “tribunal do crime”.

    No dia 20 de julho, cadáver foi localizado. Arma utilizada no assassinato foi encontrada com um dos suspeitos, durante prática de outro crime. Ele confessou que efetuou o disparo contra a vítima.

    Foram presos Cladimon Moreira da Silva, 36 anos; Joceli Lima dos Santos, 23; Luan Ávila Santana, 20; Luis Alberto de Jesus Ramos, 23; André Abner Correa de Arruda, 20; Israel Rodrigues Lopes, 23; Maycon Erickson Dias Ponsolle, 23; Luan Laftan da Silva de Queiroz, 21; Diego Alcunha Medina, 23; Cristhian Thomas Vieira, 28; Glaucia Maria Padim, 31 e Miguel Angelo Sanches Benitez, 19 anos.

    Carlos Henrique de Oliveira Arguelho, 39, e Leonardo Caio dos Santos, 28, estão foragidos e quatro adolescentes foram apreendidos.

    Todos foram indiciados por associação criminosa, sequestro, cárcere privado, corrupção de menores e homicídio doloso qualificado.

    Fonte: CE
    Por: GLAUCEA VACCARI E RENAN NUCCI


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