CAMPO GRANDE (MS),

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    24/02/2017

    Motoristas criam associação para garantir direitos e não cair em monopólio da Uber

    Associação reúne motoristas da Uber e de outros aplicativos

    Divulgação
    Os motoristas de transporte de passageiros de aplicativos como a Uber, criaram uma associação para defender os interesses da categoria e acompanhar os processos de regulamentação que estão entrando em vigor nas cidades do Estado. A Aplic (Associação dos Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motoristas Autônomos de Mato Grosso do Sul), pretende formar polos nas principais cidades: Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas e Naviraí. 

    A primeira empreitada da Associação deve ser tentar derrubar ou modificar a lei que proíbe a Uber na segunda maior cidade do Estado, Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande. O projeto de lei de 2015, foi promulgado na quarta-feira (22), e gerou polêmica.

    “Vamos estar em Dourados na semana que vem para tentar reverter o que foi feito lá. Vamos falar com a prefeita [Délia Razuk (PR)], os vereadores e representantes do poder público. É um absurdo o que aconteceu lá. Na calada da noite, aprovaram a lei para não ter carona paga. O cartel dos táxis é muito grande em Dourados”, diz o presidente da Aplic, Paulo Pinheiro, mais conhecido como Caju. 

    Sobre Campo Grande, que pode ter decreto municipal regulamentando a Uber a qualquer momento, Pinheiro diz que já esteve com o presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno, e que há interesse na regulamentação não só da Uber, mas, de todos os aplicativos de carona paga.

    “Ele [Janine] falou que há interesse e que vai ter esse decreto. Na verdade, é para todos os aplicativos que existem. Nós sabemos que há alguns aplicativos trabalham só no transporte do interior, de uma cidade para a outra. É um serviço [a carona paga] que está crescendo muito. Estão chegando outros aplicativos para Campo Grande e, então, para não ter monopólio de um só aplicativo, vai ser regulamentado para todos os aplicativos”, afirma o presidente da Aplic. 

    Entre os aplicativos que estão para chegar em Campo Grande, segundo Pinheiro, está o aplicativo espanhol Cabify, considerada a rival da Uber e a 4Move. Com relação ao suposto cartel dos taxistas e mototaxistas, na Capital, ele se diz confiante que a regulamentação não irá privilegiar as duas categorias mais antigas. 

    “Creio que não vai existir esse cartel de táxi e mototáxi. Tanto é que ele [prefeito Marcos Trad (PSD) vai regulamentar os aplicativos. O nosso foco é a regularização da nossa classe, para que possamos ter os mesmos direitos dos taxistas como desconto de IPVA, desconto da vistoria veicular, da compra do automóvel”, explica.

    Em contrapartida, Pinheiro diz ser justo que um percentual do valor das corridas seja destinado aos cofres públicos e dá como exemplo, a destinação de R$ 0,10 a cada quilômetro rodado. “Tem que ter uma contrapartida ao cofres públicos. Isso é lei. Está usando tem que pagar. A Prefeitura tem que subsídio sobre isso e não vai onerar para o motorista. Será para manter qualidade asfalto, iluminação pública das vias de Campo Grande”, conclui. 

    A Aplic também deve representar, além dos motoristas de aplicativos, outras categorias de profissionais autônomos de passageiros, com o escolar e vans de fretamento.

    Dourados

    Em Dourados, de acordo com a nova lei, “a realização do transporte individual e remunerado de passageiros por veículos não autorizados para o serviço de táxi no Município de Dourados, que utilizem de quaisquer aplicativos, caracterizará o exercício de serviços de transporte clandestino, ficando o infrator sujeito a multas previstas nesta lei”. O valor da pena é de R$ 3 mil e será aplicado em dobro nos casos de reincidência.

    O vereador Aparecido Medeiros da Silva, o Cido Medeiros (DEM), justifica a lei afirmando “Não sou contra a Uber, sou contra a clandestinidade”.


    Fonte: Midiamax
    Por: Wendy Tonhati
    Link original: http://www.midiamax.com.br/cotidiano/motoristas-criam-associacao-garantir-direitos-nao-cair-monopolio-uber-332765