CAMPO GRANDE (MS),

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    08/02/2017

    Investigado na Lava Jato é indicado para presidir comissão que vai sabatinar Moraes

    Comissão é uma das mais importantes da Casa e será responsável, por exemplo, por sabatinar Alexandre de Moraes, indicado para o STF; demais integrantes precisam aprovar nome de Lobão.

    O senador Edison Lobão, durante reunião da Comissão de Assuntos Sociais, no ano passado (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
    A bancada do PMDB decidiu nesta quarta-feira (8) indicar o senador Edison Lobão (MA) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, informou a assessoria da liderança do partido.

    A comissão é uma das mais importantes do Senado e será responsável, por exemplo, por sabatinar o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF).

    A CCJ ainda será instalada e, na primeira sessão, os integrantes terão de votar a indicação de Lobão para a presidência.

    Embora o senador do Maranhão tenha sido indicado pela bancada, havia, até esta quarta, uma disputa interna para o cargo. Além dele, pleiteavam a cadeira Raimundo Lira (PB) e Marta Suplicy (SP), que deixou a disputa nesta terça (7).

    Pelo acordo firmado entre os líderes partidários do Senado, os presidentes das comissões da Casa são indicados pelas legendas ou blocos conforme o tamanho das bancadas.

    Como o PMDB forma a maior bancada no Senado, com 21 senadores, optou por indicar o presidente da CCJ.

    Lava Jato

    Lobão já foi citado em delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato. Desde o início das investigações, porém, o senador nega envolvimento no esquema de corrupção.

    Segundo o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, por exemplo, R$ 1 milhão foi pago ao senador quando ele era ministro de Minas e Energia em troca de ingerência política em favor dos interesses do consórcio responsável pelas obras da usina nuclear Angra 3.

    Além disso, também em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que Lobão recebeu R$ 1 milhão em dinheiro desviado da estatal - o STF chegou a instaurar um inquérito para apurar o fato, mas arquivou o processo.

    Outro delator da Lava Jato, o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado afirmou que Lobão, ainda como ministro, "queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB".



    Por Fernanda Calgaro, G1, Brasília