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    31/01/2017

    SAÚDE| O que é Trombose venosa profunda


    Trombose venosa profunda é uma doença potencialmente grave causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das veias profundas. Na maior parte das vezes, o trombo se forma na panturrilha, ou batata da perna, mas pode também instalar-se nas coxas e, ocasionalmente, nos membros superiores.

    O desprendimento do coágulo pode provocar complicações a curto ou longo prazo. A curto prazo, ele pode deslocar-se até o pulmão e obstruir uma artéria. Esse episódio é chamado de embolia pulmonar e, conforme o tamanho do coágulo e a extensão da área comprometida, pode ser mortal.

    A longo prazo, o risco é a insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-flebítica, que ocorre em virtude da destruição das válvulas situadas no interior das veias encarregadas de levar o sangue venoso de volta para o coração.

    Causa

    A principal causa da trombose venosa profunda é a imobilidade prolongada, comum não só nas viagens aéreas e terrestres que obrigam a pessoa a ficar sentada por horas na mesma posição (por isso, a doença ficou conhecida impropriamente como síndrome da classe econômica), mas também nos casos de permanência no leito em repouso por doenças e depois de cirurgias. Lesões nos vasos e desequilíbrio nos fatores de coagulação do sangue também são responsáveis pela formação de trombos.

    Sintomas

    A trombose venosa profunda pode ser absolutamente assintomática. Quando aparecem, podem envolver:

    * Edema, dor, calor, rubor (vermelhidão) e rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo são os principais sintomas da embolia pulmonar;

    * Edema (inchaço), cor mais escura da pele, endurecimento do tecido subcutâneo, eczemas, úlceras são sintomas característicos da síndrome pós-flebítica.

    Diagnóstico

    O diagnóstico clínico é estabelecido com base nos sintomas e nos fatores de risco e confirmado por exames de laboratório e de imagem, como a ressonância magnética, a flebografia e o ecodoppler colorido.

    Quanto mais precocemente for feito e mais cedo introduzido o tratamento, maior a possibilidade de reverter o quadro e evitar complicações e sequelas.

    Fatores de risco

    * Predisposição genética;

    * Idade acima de 40 anos;

    * Obesidade;

    * Gravidez e pós-parto;

    * Câncer;

    * Uso de anticoncepcionais;

    * Hormonoterapia;

    * Dificuldade de deambulação;

    * Traumas;

    * Veias varicosas;

    * Tabagismo;

    * Cirurgias de longa duração;

    * Insuficiência cardíaca e/ou respiratória;

    * Viagens aéreas ou terrestres que obriguem o passageiro a ficar sentado por muitas horas;

    * Desidratação.

    Prevenção

    Manter o peso dentro dos limites saudáveis, não fumar, restringir o consumo de bebidas alcoólicas e praticar exercícios físicos são medidas importantes para prevenir a formação de trombos.

    Pessoas com predisposição a desenvolver trombos precisam movimentar-se tão logo seja possível nas viagens que pressupõem longos períodos de imobilização, depois de cirurgias e quando tiverem necessidade de permanecer em repouso por muito tempo. Usar meias elásticas e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de medicamentos para dormir são medidas que também ajudam a prevenir a formação de coágulos.

    Tratamento

    O objetivo do tratamento da trombose venosa profunda é evitar a formação de coágulos ou, se eles já se instalaram, promover sua reabsorção pelo organismo. Para tanto, pode-se contar com os medicamentos anticoagulantes (heparina e warfarina), e os fibrinolíticos que ajudam a dissolver os trombos.

    Alguns casos requerem intervenção cirúrgica.

    Recomendações

    * Esteja atento às alterações que a trombose venosa profunda pode provocar, especialmente se tem predisposição para a doença ou esteve exposto a fatores de risco que favorecem a formação de trombos;

    * Não se automedique. Procure imediatamente assistência médica se suspeitar que desenvolveu um trombo;

    * Evite o consumo de bebidas alcoólicas e de remédios para dormir quando for obrigado a permanecer sentado por muito tempo;

    * Use roupas e calçados folgados e confortáveis;

    * Aproveite todos os pretextos para mudar de posição ou movimentar-se durante as viagens;

    * Faça exercícios de rotação, flexão e extensão com as pernas e os pés enquanto estiver viajando;

    * Comece a caminhar tão logo as condições físicas permitam depois de uma cirurgia, dos períodos de imobilidade prolongada em virtude de problemas de saúde ou de muitas horas de viagem ;

    * Use meias elásticas;

    * Beba muito líquido para evitar a desidratação.

    8 mitos e verdades sobre a doença

    Ela pode ser desencadeada por fatores como o uso de anticoncepcionais e até viagens longas de avião. Tire suas dúvidas sobre o problema.

    Por Luiza Monteiro

    1. Varizes levam à trombose

    Verdade. Mas isso não é uma regra. A variz é uma veia dilatada na qual o sangue circula mais lentamente, o que favorece a coagulação. E é quando um coágulo impede o fluxo sanguíneo que ocorre a trombose. “Nem todo paciente que tem varizes vai ter trombose, mas o risco é, sim, maior”, explica o angiologista Eduardo Fávero, do Hospital Souza Aguiar, do Rio de Janeiro.

    2. Só idosos têm esse problema

    Mito. A trombose venosa – aquela que acomete principalmente os membros inferiores – costuma aparecer em pessoas jovens, com idades entre 20 e 40 anos. “Elas estão mais expostas a fatores de risco como uso de anticoncepcionais, pouca atividade física, gravidez e trabalhar muito tempo sentado ou em pé”, diz o cirurgião vascular Francisco Osse, do Centro Endovascular de São Paulo.

    3. Pílula + cigarro dão trombose

    Verdade. Essa dupla é uma bomba-relógio, já que ambos elevam o risco do problema. O anticoncepcional, por ser composto de hormônios como estrogênio e progesterona, contribui não só para a formação de coágulos, mas também para que as paredes das veias fiquem mais dilatadas (o que abre portas para as varizes). Já o cigarro contém substâncias que são pró-coagulantes.

    4. A gravidez é fator de risco para a trombose

    Verdade. Há três motivos principais para isso. A elevação das taxas dos hormônios femininos e o fato de o organismo da gestante desencadear uma série de reações químicas com o intuito de evitar que o bebê seja encarado como um corpo estranho aumentam a coagulação. Além disso, o barrigão comprime a veia cava, responsável por transportar o sangue que vem das pernas para o coração. Desse modo, a circulação fica mais lenta e o sangue se acumula nos membros inferiores. Por tudo isso, os médicos aconselham o uso de meias de compressão (que estimulam o sangue a fluir normalmente) a partir do segundo ou terceiro trimestres da gravidez. Mas lembre-se: comece a usá-las somente depois de consultar um especialista

    5. Viajar de avião aumenta o risco da doença

    Verdade. Essa associação é mais séria no caso de voos longos, já que a pessoa fica sentada por muito tempo. Com isso, os vasos das pernas – que dependem de movimentação para levar o sangue de volta ao coração – não conseguem cumprir seu objetivo. E quando o líquido sanguíneo não circula, a probabilidade de trombose é maior. Mas não pense que isso ocorre apenas em viagens aéreas. Trabalhar por longos períodos sentada ou em pé, por exemplo, também atrapalha a circulação. Por isso, além de levantar para dar uma caminhada, vale ir a um médico e perguntar se você está apta para usar meias elásticas.

    6. A trombose não apresenta sintomas

    Depende. Se o vaso afetado for pequeno, de fato, o problema pode passar despercebido. Agora, se a veia for profunda, dificilmente a pessoa não vai notar que algo está errado. “Os principais sintomas são dor, inchaço e sensação de peso nas pernas”, diz Francisco Osse. Algumas pessoas notam alterações na coloração da área afetada, que pode ficar mais arroxeada ou avermelhada.

    7. Não existe tratamento

    Mito. A terapia contra a trombose vai depender da localização da veia afetada, do tempo que ela está obstruída e da extensão do trombo. No caso de pacientes recém-diagnosticados, dá para tratar com medicações anticoagulantes. Algumas pessoas, porém, não podem tomar esses remédios e, aí, recorre-se ao tratamento conservador. “Esperamos até que o próprio organismo reaja criando uma circulação em volta do local obstruído”, conta Francisco Osse. Em situações mais graves, a solução é a cirurgia, que vai desentupir os vasos danificados.

    8. Não dá para prevenir trombose

    Mito. Adotar hábitos saudáveis, que vão combater os fatores de risco, é o caminho para evitar a trombose. Isso inclui praticar atividade física, ter uma alimentação equilibrada e não fumar. Além disso, é fundamental conhecer o seu histórico familiar, isto é, saber se outras pessoas da sua família já tiveram trombose. E, se você notar qualquer alteração nas veias das pernas, procure um médico – aqui vale a máxima de que quanto antes o tratamento começar, melhor.



    Fonte: Saúde Abril


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