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Impossível dizer com certeza o que será o governo Trump porque isso depende de inúmeros fatores inerentes às instituições e da própria democracia americana, de até quanto estas instituições serão fortes para "conter" o voluntarismo do presidente Trump. Fora o fato de que os cenários externos (Brexit, EI, etc) atuam fortemente sobre a política americana e são incontroláveis.
Mas é possível dizer como será o Presidente Donald Trump: exatamente o que foi em sua campanha. Todos os 7 fatores que o levaram à vitória em novembro continuam válidos, inclusive a rejeição a Obama por uma parte considerável dos americanos. Ele continuará sendo o mesmo, com as mesmas provocações, a mesma falta de respeito pela mídia e por parte da opinião pública que ele considera "falsa; mentirosa e desprezível". Apenas 40% o apoiam? Sem problemas para Trump, foram estes 40% que o elegeram no complicado sistema eleitoral americano e com eles vai governar. Ele não tem a menor preocupação em conquistar os outros. Provavelmente acha que seu programa de reconstruir a grandeza da América fará isso sem que ele precise ser simpático. O fato de que há semanas escreve seu discurso de posse é outro indício de que Trump será Trump.
Outro ponto importante (independente de Trump): o protagonismo que a imprensa deve assumir na nova ordenação dos papéis e mandatos das democracias e dos governos neste século XXI; o voto/sufrágio universal e igualitário (uma pessoa; um voto) está sendo colocado duramente à prova, na medida em que os resultados das urnas já não expressam uma maioria negociada de uma população. Os exemplos de Fora Dilma, Fora Temer, Fora Trump; não ao Brexit; Venezuela e tantos outros mostram que os mandatos estão sendo contestados em sua legitimidade para representar o bem comum. A imprensa tem assumido este papel.
A "deslegitimação" do mandato conquistado nas urnas expressa-se até nas pesquisas que também não conseguem mais exprimir a opinião pública real, simplesmente porque seus instrumentos não chegam aos novos formadores desta espécie de "pré-sal da opinião pública”.
Consultor político e professor de marketing político da ESPM, Emmanuel Publio Dias pode comentar a posse do Presidente eleito Donald Trump.
Emmanuel Publio Dias é Diretor da ABCOP, publicitário e um dos pioneiros em Marketing Político no Brasil, tendo participado de mais de 20 campanhas a partir da eleição de Tancredo Neves.
Por: Gislaine Felipe
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