CAMPO GRANDE (MS),

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    25/04/2016

    Senado elege nesta segunda comissão do impeachment

    PMDB indicou Raimundo Lira (PB) para presidente do colegiado.  PSDB quer Antônio Anastasia (MG) na relatoria, mas PT é contra.

    Arquivo

    O plenário do Senado elege, a partir das 14h desta segunda-feira (25), os 21 membros titulares e 21 suplentes da comissão especial que analisará as acusações contra a presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment.

    Nos últimos dias, os partidos indicaram nomes para compor o colegiado, de acordo com o tamanho das bancadas (veja ao final desta reportagem cada um dos indicados). O PMDB, por ter mais senadores, terá 5 integrantes. Os blocos do PSDB e do PT terão 4 cada um.

    A eleição ocorre em meio à polêmica sobre quem deverá assumir a relatoria do processo. O PMDB indicou o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) para a presidência da comissão – nome que foi bem aceito por oposição e governo. Mas o PSDB, que integra o segundo maior bloco do Senado, quer indicar o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) para a relatoria.

    O tucano ficaria responsável por elaborar parecer pela admissibilidade ou não do processo. Se for instaurado o procedimento de impeachment, Dilma terá que se afastar da Presidência por 180 dias. Também cabe ao relator elaborar parecer final sobre o mérito das acusações, recomendando ou não a cassação do mandato.

    Desde que a indicação de Anastasia foi anunciada pela liderança do PSDB, petistas vieram a público criticar a escolha. Para o senador Jorge Viana (PT-AC), a relatoria não pode ficar nem com PT nem com PSDB.

    “O pior caminho é o PSDB bater o pé e o Aécio Neves indicar a relatoria. O ideal é que tivéssemos alguém que fosse de outra força política. Que não fosse do PT nem do PSDB. Queremos um colega senador ou senadora que tenha isenção”, afirmou Jorge Viana.

    Mas o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), insiste que a relatoria fique com o partido e defende que Anastasia atuará com “equilíbrio”.

    "Não compete ao PT opinar sobre isso [indicação de Anastasia]. Vamos submeter a voto. Existe um entendimento de que será respeitada a proporcionalidade. E nesse critério cabe ao PMDB a presidência e ao PSDB a relatoria. Mais uma vez o que o PT tentará fazer é impedir as investigações e obstruir o processo", disse, na semana passada.

    Instalação

    A expectativa é que a instalação da comissão especial, com eleição do presidente e relator, ocorra ainda na segunda. A partir desse momento, o relator terá 10 dias úteis para elaborar um parecer pela admissibilidade ou não do processo de impeachment. O relatório é votado na comissão e depois submetido ao plenário. A oposição quer concluir a votação no plenário entre os dias 11 e 15 de maio.

    Para que Dilma seja afastada por até 180 dias, basta o voto da maioria – 41 dos 81 senadores. Se isso ocorrer, inicia-se a fase de coleta de provas, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, assumirá a condução do processo e Dilma terá direito de apresentar defesa. Para cassar o mandato da presidente, o quórum exigido é maior – dois terços, ou 54 dos 81 senadores.

    Veja a lista completa de senadores indicados para a comissão do impeachment:

    PMDB (5 vagas)

    – Titulares
    Raimundo Lira (PB)
    Rose de Freitas (ES)
    Simone Tebet (MS)
    José Maranhão (PB)
    Waldemir Moka (MS)
    – Suplentes
    Hélio José (DF)
    Marta Suplicy (SP)
    Garibaldi Alves (RN)
    João Alberto Souza (MA)
    Dário Berger (SC)

    Bloco da oposição (PSDB, DEM e PV, 4 vagas)

    – Titulares
    Aloysio Nunes (PSDB-SP)
    Antônio Anastasia (PSDB-MG)
    Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
    Ronaldo Caiado (DEM-GO)
    – Suplentes
    Tasso Jereissati (PSDB-CE)
    Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
    Paulo Bauer (PSDB-SC)
    Davi Alcolumbre (DEM-AP)

    Bloco de Apoio ao Governo (PT e PDT, 4 vagas)

    – Titulares
    Lindbergh Farias (PT-RJ)
    Gleisi Hoffmann (PT-PR)
    José Pimentel (PT-CE)
    Telmário Mota (PDT-RR)
    – Suplentes
    Humberto Costa (PT-PE)
    Fátima Bezerra (PT-RN)
    Acir Gurgacz (PDT-RO)
    João Capiberibe (PSB-AP)*
    *O PT cedeu uma vaga de suplência ao PSB.

    Bloco Moderador (PTB, PR, PSC, PRB e PTC, 2 vagas)

    – Titulares
    Wellington Fagundes (PR-MT)
    Zezé Perrella (PTB-MG)
    – Suplentes
    Eduardo Amorim (PSC-SE)
    Magno Malta (PR-ES)

    Bloco Democracia Progressista (PP e PSD, 3 vagas)

    – Titulares
    José Medeiros (PSD-MT)
    Ana Amélia Lemos (PP-RS)
    Gladson Cameli (PP-AC)
    – Suplentes
    Otto Alencar (PSD-BA)
    Sérgio Petecão (PSD-AC)
    Wilder Moraes (PP-GO)

    Bloco socialismo e democracia (PSB, PPS, PC do B e Rede, 3 vagas)

    – Titulares
    Fernando Bezerra (PSB-PE)
    Romário (PSB-RJ)
    Vanessa Grazziotin (PC do B-AM)
    – Suplentes
    Roberto Rocha (PSB-MA)
    Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
    Cristovam Buarque (PPS-DF)




    Do G1, em Brasília
    Por: Nathalia Passarinho