O NENÊ / O NENÉM / A NENEN – Sempre na
forma masculina, as formas corretas são: o
nenê, o neném, o nenezinho e o nenenzinho, independentemente
de que a criança seja do sexo feminino ou masculino.
Da mesma forma: o bebê e o bebezinho.
Formas erradas: a nenê, a neném, a nenezinha, a nenenzinha,
a bebê e a bebezinha.
ORAR / REZAR – Orar, com o significado de dirigir-se a DEUS por meio de súplica;
de pedido ou rogo, é termo que deve ser utilizado ante qualquer pessoa,
independentemente da fé professada.
Rezar, com
o significado de dizer ou fazer orações ou súplicas; benzer; fazer leitura de
livro de orações ou de textos sagrados, é termo que não deve ser utilizado
diante de pessoa evangélica. Preferivelmente, usa-se a palavra orar. Da mesma
forma prefira: oração, e não reza.
ORDENOU PARA - o verbo ordenar é transitivo direto e, por não admitir a preposição, não se
ordena para; ordena-se que; ordena-se a. Exemplos:
Ordenou a retirada das
tropas.
Ordenou o sacerdote.
Ordenou o arquivamento do
processo.
Ordenou a papelada.
Ordenou a saída dos
invasores.
OUTRA ALTERNATIVA - Alter significa outra. Alternativa é palavra substantiva que dá a
conotação de opção entre duas ou mais coisas, ideias,
pessoas.
Erra quem diz: “outra
alternativa”; “várias alternativas.”
Forma errada: "Não
havendo outra
alternativa."
Outra
alternativa é expressão tão redundante quanto subir para cima; descer para
baixo; manter os mesmos; planos para o futuro; 24 horas por dia; caminhar com
as pernas; adiar para depois; repetir novamente.
Forma correta: "Não
havendo alternativa..."
"Não havendo outra
opção...".
Pode-se substituir a palavra
alternativa, conforme o caso, por possibilidade, saída, recurso, procedimento,
expediente, meio, processo, escolha, preferência etc. Todavia, há doutos que
consideram corretas as expressões: várias alternativas / outra alternativa /
conviver juntos / sobressair-se / sofrer aumento / sofrer melhora.
Afirmam que, pela consagração, o original significado do correto vocábulo foi
suprimido da consciência dos falantes, motivo pelo qual as palavras apresentam
o significado da atualidade e não o de outrora.
DILEMA - Duas opções: ou assobia ou chupa cana;
comer ou jejuar; comandar ou ser comandado; ser ou não ser.
PANORAMA / PANORAMA GERAL - Panorama do latim com a acepção de
visão total, vista geral, paisagem. O vocábulo panorama não deve ser empregado no sentido de situação, estado ou
quadro estatístico.
Panorama geral é forma
redundante.
PARA EU FAZER / PARA MIM FAZER - Considerando o
fato de que "eu" seja o sujeito da oração, a forma correta é para eu
fazer. Da mesma forma: para eu analisar; para eu beber; para eu comer; para eu
dizer; para eu ouvir; para eu ler; para eu trazer; para eu usar
etc.
Para mim fazer é forma errada.
Mim não faz, porque não pode ser sujeito.
Observação:
Entre "eu" e você.
Depois de preposição, emprega-se mim ou ti. Exemplos:
Entre mim e você.
Entre eles e ti.
PARASITA / PARASITO - Embora tenha equivalência
na denotação, tais expressões são distintas na especificação.
Para a referência a inseto ou planta que se
alimenta de outro ser vivo, a palavra correta é parasita.
Parasito é a
pessoa do sexo masculino que vive à custa alheia; explorador; aquele que não
trabalha, que se aproveita de outrem.
A palavra parasito serve para designar políticos, líderes religiosos, rufiões
e outros “sanguessugas” que se apropriam do dinheiro.
PARQUET - Vocábulo que equivale a Promotor de Justiça;
representante do Ministério Público. Todavia, também se diz: “eminente promotor
de Justiça, representante do parquet, ou seja, representante do Ministério
Público”.
Há quem afirme que o termo foi
originado na França por se referir à sala cujo piso tinha o taco denominado
parquet e que era reservada aos representantes do MP (Ministério
Público).
PASMO / PASMADO - Pasmo significa assombro; espanto; desfalecimento; desmaio;
admiração. Pasmo é particípio do
verbo pasmar.
Pasmado ou pasmada é o adjetivo que qualifica a
pessoa surpreendida; espantada; assobrada; inexpressiva; apalermada; sem
vivacidade; admirada; abobada; desmaiada; desfalecida.
Erra quem diz: "Fiquei
pasmo". Quem faz tal afirmação, profere: "Fiquei espanto";
"Fiquei assombro"; "Fiquei desmaio".
Fiquei
pasmo ou fiquei pasma
é expressão adequada para as pessoas que, desconhecendo a gramática, insistem
em demonstrar a pobreza vocabular que assumem.
PATINAR / PATINHAR - Patinar é deslizar sobre patins.
Patinhar é
moverem-se as rodas de veículo, girando sem deslocamento, por falta de
aderência ao solo; debater-se sem sair do lugar; esforçar-se inutilmente.
Discursando, dialogando ou
grafando, usa-se corretamente a palavra patinhar
e não patinar para a transmissão
da ideia de que o empenho foi ou é improdutivo.
Erra ou quer ser comediante a
pessoa que diz: “Esse governo está patinando
e é por isso que não temos o desenvolvimento que precisamos!”
PATRIMÔNIO INTELECTUAL - É o “patrimônio
intelectual” de uma pessoa que lhe permite ampliar as suas possibilidades de
comunicação e as suas perspectivas de compreensão em relação às variadas formas
de expressão.
Considerando-se que a
denotação transmite a informação e que a conotação permite uma infinidade de
interpretações, observa-se a necessidade de se raciocinar a respeito do
valor da palavra a ser escrita ou pronunciada. Nesse caso, convém adequar
as palavras ao nível de entendimento da pessoa ou do grupo ao qual se quer
transmitir a mensagem.
“Léxico” - do grego, lexon –
significa, em sentido lato, vocabulário, isto é, o conjunto dos vocábulos que
constam nos dicionários de uma língua.
Enquanto léxico compreende os
termos, à regra de uso denominamos gramática.
Ao longo do tempo,
procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados
às formas de cortesia e de tratamento, bem como às estruturas dos ofícios e dos
hábitos linguísticos das pessoas cultas.
Comunicar com a devida
clareza, considerando princípios que levam às adequadas interpretações, como
resultado de concisão e do correto nível de linguagem, implica respeito à
pátria, à família e à sociedade.
Quer pela fala, quer pela
escrita, deve-se considerar que comunicar com eficiência é a finalidade da
língua.
O Serviço Público, desenvolvido
por pessoas que são empregadas da coletividade, deve primar pela redação
oficial. Toda pessoa que atua em nome do Serviço Público, seja ela Chefe de uma
determinada seção ou eleita para cumprir determinado mandato, tem por obrigação
demonstrar:
- ausência de impressões
individuais;
- padrão linguístico que
corresponda aos bons exemplos;
- caráter impessoal do próprio
assunto tratado; e
- concisão, clareza,
objetividade e ética.
Deve-se evitar o uso de
jargões técnicos, gírias, regionalismo vocabular, linguagem rebuscada,
neologismo e estrangeirismos inadequados, expressões ambíguas, expressões
acadêmicas ou que são restritas a determinados grupos, figuras de linguagem
próprias do uso literário, bem como os contorcionismos sintáticos e outras
formas que possam dificultar o entendimento da mensagem.
Nas cartas para pessoas
íntimas e nos documentos jurídicos, o padrão linguístico incorpora expressões
diferentes: evidentemente, nas correspondências para os amigos ou parentes,
deve-se usar expressões pessoais ou coloquiais. No âmbito jurídico, o
vocabulário técnico de atender à finalidade.
A fim de que haja a pretendida
compreensão por todos os cidadãos, o padrão culto também está vinculado à
simplicidade, desde que dela não decorra pobreza vocabular, salvo quando o
destinatário da mensagem entender apenas as formas do padrão popular.
O padrão culto está acima das
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas, dos vícios de linguagem, das
idiossincrasias linguísticas e, por isso, é o modelo que dá orgulho à
nação.
PEDICURA / PEDICURE / PEDICURO - Pedicura é a (mulher) profissional que
se dedica ao tratamento ou embelezamento dos pés e das unhas da sua
clientela.
Pedicure é o
termo popular que designa a pessoa que se dedica aos cuidados dos pés,
extirpando calos, desencravando, polindo e embelezando as unhas.
Pedicuro é o
homem que (como a mulher - pedicura) se dedica ao tratamento ou embelezamento
dos pés.
Pedicura
e pedicuro são as palavras corretas, da
mesma forma que as palavras manicura e manicuro.
PEGOU E DISSE - Para dizer, precisa pegar? Quem
precisa pegar para dizer, talvez precise dar comprar, dar para dormir, dar para
estudar, dar para entender, dar para falar, dar para fazer, dar pra sentir, dar
para ver, falar assim que, dizer então tá então etc.
PELO MENOS / AO MENOS – O uso da vírgula na
expressão “pelo menos” só deverá ocorrer em caso de necessária ênfase e,
sobretudo, se houver o deslocamento da expressão. Sem o uso da mencionada
pontuação a frase flui melhor. Exemplos:
Caminhávamos há pelo menos vinte minutos, quando ela
nos alcançou.
Lechan Collares Marques tem pelo menos dois livros
publicados.
Suhelen Annie fala pelo menos três idiomas.
Ante a necessária ênfase.
Exemplos:
Neide deseja ganhar abraços e
beijos dos irmãos, pelo menos.
Estude o suficiente para ser
aprovada no concurso, pelo menos
isso!
Pelo
menos equivale a "no mínimo"; "no menor limite
provável".
Quando “no mínimo” implicar
advérbio de intensidade, ou seja, quando for possível a substituição, não deve
ficar entre vírgulas. Exemplos:
Pague-me pelo menos 80% da quantia que lhe emprestei!
Devolva-me ao menos
uma parte das minhas terras!
Por causa da elevada carga
tributária e da corrupção pelo menos precisamos
saber escolher os nossos representantes.
Por causa da elevada carga
tributária e da corrupção, coerentemente precisamos saber escolher os nossos
representantes.
Por causa da elevada carga
tributária e da corrupção excepcionalmente precisamos saber escolher os nossos
representantes.
Por causa da elevada carga
tributária e da corrupção precisamos saber escolher bem os nossos
representantes.
Menos é
palavra invariável e uniforme, originada do latim minus, não havendo flexão quanto ao seu gênero (masculino e
feminino) e número (singular e plural), podendo ser advérbio, substantivo
comum, pronome indefinido ou preposição.
Pelo menos e ao menos são expressões corretas e
sinônimas. Todavia, quando se trata de emprego em notícias sobre tragédias ou
ataques que vitimam pessoas de bem, a forma a ser aplicada é ao menos. Exemplos:
Morreram ao menos dez pessoas no acidente ocorrido na rodovia.
Morreram ao menos três crianças afogadas no lago.
A epidemia já matou ao menos trinta pessoas em São
Paulo.
PEQUENO DETALHE / PORMENOR - Todo detalhe é
pequeno. Portanto, pequeno detalhe é redundância.
Na poesia e nas expressões dos
artistas, aceitam-se determinadas falhas, considerando-se os conceitos de
manifestação popular. Contudo, devem-se separar tais manifestações do adequado
método de linguagem, empregando-os conforme o caso.
Letra da música de um famoso
cantor: "...detalhes tão pequenos de nós dois..."
A Função Poética - uma das
seis funções que a linguagem pode assumir - tem como traço principal o emprego
das palavras em sentido conotativo, destacando figuras como a metáfora, a
personificação, a metonímia, a antítese. Centra-se na própria mensagem,
valorizando-a com a disposição de palavras, sonoridade, efeitos de ritmo,
tonalidade e jogo de ideias, destacando-se por valorizar a mensagem pela forma
da mensagem.
A Função Poética apresenta-se
nos textos poéticos, publicitários, anúncios e até em mensagens de jornais.
Exemplos:
"O Ernesto nos
convidô
Prum samba, ele mora no
Braz
Nois fumo e num escontremo
ninguém,
Dispois disso, deu uma baita
de uma reiva
Da outra veiz nóis num vai
mais"
Adoniran Barbosa
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é
dor
A dor que deveras
sente
- Fernando Pessoa - Autopsicografia
Pormenor significa
particularidade, minudência, minúcia, miudeza; circunstância
particular.