CAMPO GRANDE (MS),

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    16/08/2014

    Renata Campos está ‘assimilando’ proposta para ser vice de chapa

    Renata e Marina conversaram por telefone nesta quinta-feira
     Foto: Hans von Manteuffel/07-02-2014/Agência O Globo

    RECIFE — Renata Campos já foi informada sobre as especulações em torno de seu nome para ocupar a vice de Marina Silva na campanha presidencial e, segundo um amigo da família que esteve na residência dela ontem, está “assimilando” a proposta. De acordo com o relato, a companheira de Campos ainda não deu qualquer sinalização se aceitará a missão, mas sabe que terá um papel político maior nos próximos anos.

    — A Renata tem um sentido de responsabilidade muito grande em relação ao projeto de Eduardo e se até hoje teve um papel político invisível, ela sabe que terá um papel mais “evidente” a partir de agora — explicou o amigo.

    Apesar de ter se tornado objeto de especulações em São Paulo, há algumas dificuldades. A primeira é o fato de Renata ser auditora do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. É preciso estar licenciada do cargo três meses antes das eleições para poder entrar na disputa. Além disso, avalia-se que, apesar de ela ser um “quadro político”, filiada ao PSB há anos e com forte discernimento político, sua atenção está voltada para os cinco filhos, um deles com sete meses. Há, porém, torcida de parte dos socialistas, em especial daqueles mais ligados a Eduardo Campos, para que ela aceite a missão, pois avaliam que Renata seria a pessoa com maior força e autoridade para manter vivo o legado do marido no PSB e no cenário político.

    Eduardo Campos e esposa

    Um socialista pernambucano, amigo do casal há anos, diz que é cedo para dizer se a possibilidade pode se concretizar:

    — O mundo com Eduardo era um. Naquele mundo, não havia possibilidade de Renata ser candidata a nada. Mas, neste mundo novo, que é a ausência dele, não sabemos o que pode acontecer. É preciso esperar. Certamente, Renata seria segurança de que o trabalho de Eduardo teria continuidade.

    Durante o dia de ontem, Renata se manteve reclusa dentro de casa, enquanto as visitas continuavam a chegar e a se acomodar na varanda e na área ao redor da piscina. Só no final da tarde, ela saiu para falar com aqueles que queriam estar perto da família. Havia recebido a notícia de que sua tia Zélia, mulher de Ariano Suassuna, estava a caminho para participar da celebração de uma missa em homenagem a Eduardo. Ainda muito emocionada, Renata comentou o motivo de se manter reservada:

    — Eduardo é tão grande, tem tanta coisa que as pessoas já conhecem e tantas mais que não conhecem e deveriam conhecer... Não sei se é possível externar tudo isso neste momento.

    Ela contou que lhe perguntaram se está medicada. Não está. Não precisa.

    — É a fortaleza de uma vida bem vivida — disse.

    Renata conversa com as visitas e se demora em um assunto. Narra que o marido fazia questão de a ter sempre ao seu lado. Fala que ele tinha uma postura bem diferente daqueles que preferem manter a companheira alheia à vida política e profissional. Nos jantares e encontros políticos, Eduardo não questionava se as esposas iriam participar. Apenas chamava Renata.

    — Eu participei de todas as reuniões políticas importantes. Ele sempre me queria ao seu lado, e isso é uma forma de valorizar.

    Ela conta que a forma de convivência influenciou quem estava por perto. A esposa de Maurício Rands, Patrícia, foi quem lhe relatou. Rands mantinha reservas a respeito da participação da esposa em suas atividades profissionais, mas passou a incluí-la em reuniões, discussões sobre campanha e programa de governo.

    Outro exemplo citado por Renata foi de Carlos Percol, assessor de Campos também morto no acidente. Diante de Cecília, a esposa de Percol, Renata lembrou que o assessor passou a ficar mais à vontade em trazê-la para seu mundo profissional por influência de Eduardo. Tanto que, nos últimos meses, Cecília, também jornalista, passou a integrar a equipe de campanha.





    Fonte: Extra/JE
    Por: Júnia Gama - O Globo