Policial militar morto a tiros foi vítima de latrocínio, diz delegado em MS

Inquérito sobre caso está concluído, mas ainda depende de laudos periciais.PM foi morto no dia 3 de junho, no Indubrasil, em Campo Grande.

Jovens foram presos no sábado, em Guia Lopes da Laguna, suspeitos de matar PM
(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)

O policial militar Rony Mayckon Varoni de Moura da Silva, morto a tiros no dia 3 de junho no Indubrasil, em Campo Grande, foi vítima de latrocínio, de acordo com o delegado adjunto da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), Fábio Peró, que coordena as investigações do caso.

"O inquérito foi concluído, mas agora estamos aguardando os laudos periciais, laudo necroscópico, laudo de confronto balístico para provar que os projéteis encontrados no corpo da vítima partiram das armas apreendidas com os suspeitos", explicou ao G1.

Até o momento, dois jovens, de 21 e 23 anos, foram presos suspeitos de participação no crime. Eles foram encontrados no último sábado (7), em Guia Lopes da Laguna. Outro suspeito, um adolescente de 17 anos, morreu durante um confronto com a polícia, também no sábado, e um quarto envolvido, de 19 anos, está foragido.

Pistola calibre ponto 40 apreendida com suspeito
(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)

"Então são quatro [suspeitos] comprovados: o piloto da motocicleta, que na ocasião do roubo levava em sua garupa o adolescente morto, e o garupa da outra motocicleta, que tinha como piloto o jovem de 19 anos, que atualmente é considerado foragido", informou Peró.

Uma pistola calibre ponto 40, um revólver calibre 38 e uma motocicleta, usados no crime, foram apreendidos.

A pena para o crime de latrocínio pode chegar a 30 anos de prisão. O veículo da vítima está sendo periciado, segundo Peró. Conforme o delegado, o laudo de confronto balístico deve ficar pronto em até 30 dias.

"A parte de autoria já temos certeza. Ficou um pouco prejudicada a questão se teria ou não alguma informação privilegiada partindo da empresa, porque os autores acabam jogando isso para o adolescente e como ele faleceu não tem como verificar esse fato", afirmou.

Confronto

O adolescente, de 17 anos, foi morto durante um confronto com policiais militares no bairro Aero Rancho.

Segundo o delegado, ele é apontado pelos demais suspeitos como quem teria conseguido informações privilegiadas sobre o transporte de malote e a rotina da vítima.

De acordo com Peró, o garoto teria atirado contra a vítima no dia do crime com um revólver calibre 38. Além dele, o jovem de 21 anos também atirou na direção da vítima, com uma pistola PT 100 calibre ponto 40. "Ambos os garupas atiraram contra a vítima", explicou.

Outras duas pessoas foram presas pela polícia, mas, conforme o delegado, elas não têm participação no roubo. "Um deles foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo de uso restrito, porque ele estava guardando essa arma para o outro suspeito. E o outro conduzido, foi ventilada a hipótese para ele ter fornecido uma arma para o adolescente, mas isso não foi comprovado", esclareceu.

Crime

O soldado da PM dirigia uma picape quando, às 15h30 (de MS) do dia 3, quatro pessoas em duas motocicletas se aproximaram. Segundo a PM, o adolescente e um jovem de 21 anos, que estavam na garupa, atiraram contra o veículo. O policial foi atingido nas costas e morreu no local. Um cabo da PM que também estava no veículo não ficou ferido. Os suspeitos fugiram.

Conforme a PM, todos os envolvidos têm passagens pela polícia por tráfico de drogas, porte de arma de fogo de uso restrito, furto e tentativa de homicídio.