Quem trabalha na limpeza de terrenos baldios conta que encontra 'de tudo'.Poucos sabem o que fazer com objetos que não têm mais serventia.
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No Jardim Seminário, sofá, armário, entulho, cabeceira de cama e colchão (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS) |
Você sabe o que fazer com aquele sofá, com a televisão, com a máquina de lavar e outros eletrodomésticos e móveis que não têm mais condições de uso? Segundo a Prefeitura de Campo Grande, a destinação correta é o aterro de entulhos, localizado no Jardim Noroeste. Quem joga em outros locais está sujeito a multas e pode ser responsabilizado por crime ambiental.
Elaine Nogueira, de 26 anos, não sabe a respeito das orientações dadas pela Prefeitura. “Sei que não pode jogar na rua, mas não sei para onde devo levar”, relata a jovem.
Responsáveis pela limpeza de vias públicas afirmam que é comum encontrar móveis e outros objetos que não deveriam estar em meio à sujeira. Daniel Moreira, de 41 anos, já viu máquinas de lavar e fogão. Elismar Marques, de 27 anos, já achou até cama e colchão.
O que os trabalhadores testemunham todos os dias, Roberto Figueiredo, de 58 anos, flagrou na rua Rio de Janeiro, em Campo Grande. O professor viu um sofá jogado na rua. “Passo direto pela rua, e não é de hoje que vejo essas coisas jogadas”, afirma Figueiredo.
Orientação
De acordo com a Prefeitura, móveis domiciliares podem ser encaminhados para o aterro de entulhos, do Jardim Noroeste, localizado na rua Castelnuevo. O acesso é facultado a qualquer cidadão que deverá depositar o material, ele mesmo levando ou contratando caçambeiros.
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No Coronel Antonino, sofás também estão pelas ruas (Foto: Roberto Figueiredo/ Arquivo Pessoal) |
Para Vergilio Terra, de 68 anos, o que falta é "conscientização e orientação certa”. Ele ressalta que nunca ouviu dizer sobre o que fazer com móveis e eletrodomésticos que não têm mais condições de uso.
A professora aposentada Hosanas Nascimento, de 86 anos, já teve que se desfazer de um fogão. “Eu, na medida do possível, descarto as coisas, mas em um lugar adequado. Já tive que jogar um fogão, entreguei a uma pessoa que levou em um depósito adequado para deixar lixo”.
Lixo eletrônico
O engenheiro ambiental Antônio Carlos Sampaio explica que em algumas lojas que vendem eletrônicos e equipamentos de informática recebem material que iriam para o lixo. Estes locais dão destinação correta a pilhas, celulares, telefones móveis, baterias e computadores. "Algumas vezes são levados para empresas que separam o material que ainda pode ser reutilizado", diz.
Caso de polícia
O titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat), Silvano Mota, explica que tudo que possa causar danos à saúde humana, ao meio ambiente e à fauna é crime ambiental.
Mota cita como exemplo de crime ambiental pessoas que jogam lixo em terrenos baldios. “Aquele lixo abandonado propiciará, por exemplo, o surgimento de dengue, escorpiões, baratas, ratos, caramujos, entre outros, que causam danos a saúde".
O delegado ressalta que o próprio abandono de imóvel também é crime, a pessoa que deixou o terreno está sujeita a multas, pois o mato cresce, e pode haver caixa d'água aberta, que são possíveis focos de doença.
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Lixo jogado na rua (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS) |
Do G1 MS/JE