Paulo Roberto Costa estava detido na sede da Polícia Federal, em Curitiba.Ele é acusado de chefiar quadrilha de lavagem de dinheiro.
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Paulo Roberto Costa é réu em processo judicial sobre lavagem de dinheiro (Foto: Reprodução GloboNews) |
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa foi encaminhado para a sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para o Presídio Estadual de Piraquara II (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba, no início da tarde desta segunda-feira (28). O pedido de transferência foi determinado pela Justiça Federal do Paraná na noite de sexta-feira (25/4). De acordo com a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná (Seju), Costa ficará em uma galeria do presídio que tem celas isoladas destinadas aos detentos com ensino superior.
Paulo Roberto da Costa foi preso em março deste ano e é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos chefes de uma quadrilha especializada em lavar dinheiro no exterior, por meio de operações de câmbio fraudulentas. Conforme a denúncia, o ex-diretor usou empresas de fachada, comandadas pelo doleiro Alberto Youssef, que também está preso, para lavar dinheiro da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A Justiça Federal do Paraná acatou a denúncia na sexta-feira por prática de lavagem de dinheiro e participação em grupo criminoso organizado.
As prisões ocorreram durante a operação Lava Jato, desencadeada para combater crimes de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões. Ao todo, 20 pessoas foram presas, a partir das provas das investigações levantadas pelos policiais. A ação foi realizada no Distrito Federal e em seis estados.
Suspeita de ameaça
Na sexta-feira, o ex-diretor tornou pública uma carta escrita a mão dizendo que foi ameaçado por um agente da PF na cela da carceragem da corporação em Curitiba, onde estava preso. Um dos advogados de Paulo Roberto Costa, Cassio Quirino, teve acesso à carta na segunda-feira (21), mas o conteúdo só foi publicado depois. Na carta, Costa afirma que o agente da Polícia Federal diz que ele estava criando confusão junto com Cássio Quirino em relação ao pedido de tomar banho e de caminhar no feriado [de Páscoa e Tiradentes].
“Com certeza isto foi um recado do delegado e que eu estava dando um tiro no meu pé e desta maneira seria transferido para Catanduvas [Penitenciária Federal de Catanduvas no oeste do Paraná, de segurança máxima]. Pode isto???”, diz trecho da carta escrita por Paulo Roberto Costa.
O advogado de defesa Fernando Fernandes afirmou que Paulo Roberto Costa está sendo tratado de “maneira desumana”, sem a garantia de direitos elementares, como banho higiênico e de sol e exercícios físicos. “Nosso objetivo é soltar Paulo Roberto e garantir o direito como cidadão”, afirma o advogado.
Carta foi divulgada pelos advogados de Paulo Roberto Costa (Foto: Cassio Quirino/Arquivo pessoal) |
O juiz Sergio Fernando Moro, que determinou a transferência de Costa, afirmou que não foi notificado oficialmente da suposta ameaça e também mencinou o fato do ex-diretor da Petrobras ficar em uma ala reservada. Para o magistrado, não é um previlégio. "As circunstâncias recomendam, para segurança dele, que fique separado de presos comuns", sentenciou.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que vai abrir procedimentos administrativo e criminal para apurar os fatos relatados por Costa.
Do G1 PR/JE