No detalhe, casa abandonada usada por dependentes químicos |
A noite cai em Campo Grande e o comércio que ainda resiste na região da antiga rodoviária da capital começa a fechar as portas. Os carros da “pedra” dão lugar aos dogueiros, que dividem espaço com os bares que funcionam em tempo integral no prédio.
Quem mora perto, prefere não se identificar, mas não gosta do que vê. “Sou do tempo em que os ônibus chegavam cheios de gente e famílias vinham aqui recepcioná-los. Agora a gente só vê moradores de rua chegando à noite para dormir e drogados andando de um lado para o outro”, desabafa o morador.
Por volta das 18h e com o frio, moradores de rua chegam ao lugar procurando abrigo. A movimentação de garotas de programa também começa nos bares próximos e usuários de droga se abrigam em uma residência abandonada, cenário que se torna habitual para uma vendedora.
“Quando a gente começa a sair daqui é que vê as pessoas que chegam. Não venho à noite, quando a situação deve ser pior”, comenta.
Já para quem trabalha à noite, a preocupação deveria ser das pessoas que trabalham à tarde. “Aqui tem posto da Guarda Municipal, que cuida do prédio. Pode até vir usuário, prostituta, morador de rua, mas não atrapalham o nosso trabalho, não geram violência, só deixam o lugar mais triste”,avalia um dogueiro.
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que desde antes da desativação da rodoviária existe um posto da PM no lugar e que o número de policiais continua o mesmo, com a mesma quantidade de rondas.
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Campo Grande disse que há empresários interessados em comprar o prédio da rodoviária, mas que os nomes não serão divulgados para não atrapalhar as negociações. Naquele local já se projetou a instalação de uma universidade, sede do Tribunal de Justiça, transferência da Câmara Municipal de Campo Grande, mas até agora a situação continua na mesma.
Fonte: midiamax
Por: Evelin Araujo
Foto: Luiz Alberto