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A violência na Síria, que dura há cerca de 16 meses, já deixou mais de 20 mil mortos.
Apesar da pressão internacional para que um acordo seja feito entre rebeldes e o regime de Bashar al Assad, conflitos armados continuam matando centenas de pessoas diariamente.
Enquanto civis perdem a vida, vídeos amadores e fotos divulgadas por grupos rebeldes são a única maneira para que o resto do mundo saiba o que realmente acontece em território sírio. As imagens que conseguem atravessar as fronteiras sírias mostram momentos de intensa violência em diferentes pontos.
Diversos grupos humanitários expressaram a reprovação da situação atual do país. Entretanto, nem as tropas do governo nem os insurgentes deram qualquer sinal no sentido da paz.
Kofi Annan, emissário internacional da ONU para a Síria, apresentou um plano de solução para a crise na Síria. O plano, porém, não foi acatado por nenhum dos dois lados, que continuam destruindo diferentes cidades, como Homs e a capital, Damasco.
Confira a seguir os principais momentos desde o início dos protestos e os maiores massacres cometidos no país. Na imagem, corpos são retirados em novos conflitos, no último dia 17.
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Em março de 2012, um ano após o início da revolta, um vídeo que foi publicado nas redes sociais pelo grupo Coordenação da Revolução e Dignidade chocou o mundo ao mostrar um menino sendo atingido por um tiro enquanto ajudava um outro adolescente ferido, que teve que se arrastar para conseguir fugir.
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Em abril, outro vídeo ilustrou o cotidiano violento na Síria. A gravação foi postada no YouTube e mostra um rebelde sendo enterrado vivo pelas forças do governo. Os soldados acusam o rebelde de estar filmando o local e afirmam que o homem tinha a intenção de mandar a gravação para emissoras de televisão.
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Um dos maiores massacres na Síria aconteceu na cidade de Hula, quando 108 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas. Entre os mortos, 49 eram crianças. Na imagem,os corpos das vítimas são embrulhados
Na ocasião, o governo sírio negou ter qualquer responsabilidade pelo massacre , afirmando que as mortes teriam sido causadas por grupos terroristas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Síria, Jihad Maqdisi, disse que centenas de homens armados haviam atacado bases militares de “maneira simultânea e planejada” e que as forças do governo agiram apenas para se defender.
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No início de junho, a cidade de Hama, no centro da Síria, foi palco para um dos maiores massacres desde o início do levante: mais de 100 pessoas foram mortas pelas forças do governo de Assad.
Segundo a oposição, pelo menos 20 mulheres e 20 crianças morreram nas duas aldeias que foram invadidas por milicianos, que assassinaram os moradores a tiros e com armas brancas. Na imagem, os corpos das vítimas são embrulhados.
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O conflito mais sangrento aconteceu no último dia 12, quando 220 pessoas foram mortas em Tremseh, vilarejo próximo à Hama. Ativistas da oposição afirmam que o vilarejo foi alvo de ataques de helicópteros do Exército e tanques de guerra.
Membros das Shabiha, milícias contratados por Assad, também teriam invadido o vilarejo e matado os moradores locais.
Um dos principais grupos da oposição, o Conselho da Liderança Revolucionária, diz que a maior parte dos mortos eram civis e que as tropas do governo estariam tentando retomar o controle do local.
Já a imprensa oficial da Síria apresenta uma outra versão para o episódio, relatando que o massacre foi organizado por grupos rebeldes para aumentar ainda mais a tensão no país, às vésperas da reunião do Conselho de Segurança da ONU. Na imagem, uma criança ferida é socorrida.
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Após o massacre em Tremseh, os conflitos continuam em território sírio. No último dia 14, 88 pessoas morreram em diferentes pontos do país, inclusive na fronteira da Síria com a Turquia.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 43 vítimas eram civis, 17 eram rebeldes e 28 soldados.
Na região de Deraa, tropas com centenas de soldados transportados por tanques de guerra abriram fogo no local, que já havia sido atacado por helicópteros militares.
Na imagem, tropas bloqueiam estradas com pneus em chamas na cidade de Deraa.
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A violência síria também deixou mortos no alto escalão do país: um ataque suicida no último dia 18 matou o ex-ministro de Defesa do país, Hassan Turkmani (esquerda), o então ministro Dawoud Rajha (centro) e Assef Shawkat (direita), cunhado de Assad.
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O mês de julho continuou com intensos conflitos entre regime e rebeldes. A segunda maior cidade da Síria, Aleppo, passou a ser um dos principais focos de violência, com dezenas de mortos por dia.
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Em meio às mortes e à pressão internacional, o Exército sírio afirmou que está determinado a "limpar o país dos terroristas", termo usado para denominar os rebeldes.
Fonte: R7