CAMPO GRANDE (MS),

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    01/08/2016

    LÍNGUA PORTUGUESA - Professor Fernando Marques


    Discursar (continuação) 

    6. Narração 

    É por meio da narração que o orador arrola os fatos, indica e dispõe os eventos, tornando compreensível a sua mensagem, enquanto mantém a atenção dos ouvintes. 

    Conforme Aristóteles, à narração ou argumentação deve ser dada a devida importância, visto que, como elemento estrutural do discurso, terá que ser apresentada de forma agradável e envolvente, cativando hipnoticamente cada ouvinte. Disse o citado mestre da oratória: “O que fica bem aqui não é a rapidez, nem a concisão, mas a justa medida. E a justa medida consiste em dizer tudo quanto ilustra o assunto, ou prove que o fato se deu; que constituiu um dano ou uma injustiça, numa palavra, que ele teve a importância que lhe atribuímos”. 

    6.1 Provas 

    Ante a responsabilidade de um discurso persuasivo, o orador tem por obrigação o convencimento que se consolida eficazmente com a comprovação daquilo que foi afirmado. Documentos, fotografias, testemunhas, peças etc. servirão como elementos sustentadores da sua argumentação. Tais provas serão significativas, marcando historicamente os discursos daqueles que se aplicam à arte da retórica. Essa verdade empírica é evidente nos discursos jurídicos e forenses. 

    6.2 A devida importância a cada fato 

    O orador deve ter por compromisso a adequada condução de cada ouvinte para a compreensão de cada etapa da sua tese, motivo pelo qual deve criar a atmosfera propícia ao entendimento daquilo que está sendo dito. 

    O orador não deve repetir as suas palavras de forma desnecessária, tal como fazem os despreparados apresentadores de programas de televisão, nem fazer perguntas inoportunas dando oportunidade para interrupções. Deve entender que é pelo correto entendimento das suas palavras que a plateia acreditará naquilo que foi dito. 

    Para registrar adequadamente cada palavra que identifique o fato marcante, convém o emprego de maior ou menor grau de intensidade na entonação da voz, ajudando a manter o público atento quanto aos destaques dos pontos marcante do assunto. 

    6.3 Dos cuidados com o volume da voz 

    O orador que utiliza a voz com um volume exageradamente baixo erra tanto quanto aquele que grita supondo que a plateia seja surda. 

    As duas formas acima citadas comprometem o discurso porque causam irritação. 

    6.4 Evitando problemas 

    A reciprocidade com a plateia deve ser estabelecida por meio da utilização da adequada da linguagem. Não se deve usar palavras difíceis, termos técnicos demais ou jargões desconhecidos tendem a gerar desmotivação, irritação ou repúdio, formando o afastamento entre aquele que fala e os seus ouvintes. 

    Quem tem o compromisso da fala em público deve manter a simplicidade, escolhendo as palavras e frases que sejam de fácil compreensão, conforme o nível cultural da plateia. Desta forma, é imprescindível o conhecimento a respeito do perfil do público que comporá o auditório. 

    Quem faz uso da palavra perante o público, dever entender que a rigidez muscular “amarra” a comunicação e impede que o orador tenha sucesso na sua missão de persuadir. 

    O orador precisa falar simultaneamente as três linguagens para ser entendido pelos ouvintes, considerando-se que, entre as pessoas existem os vinculados aos sistemas visual, auditivo e sinestésico. 

    6.5 Falar para cada pessoa ao mesmo tempo 

    Para falar com todos de forma simultânea, o precisa gesticular, variar a tonalidade da voz, movimentar-se sobre o palco ou pela sala, aproximar-se das pessoas, utilizar recursos audiovisuais e todos meios disponíveis para o sucesso da sua comunicação. 

    Quando limitado ao espaço do púlpito, também poderá gesticular e utilizar expressões que correspondam às palavras proferidas. 



    Continuação na próxima semana

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