Promotor e cúpula do MPE admitem divergências, mas afirmam terem se resolvido
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| Procurador-geral de Justiça em exercício, Paulo Cezar dos Passos, convocou entrevista coletiva para esclarecer notícias sobre divergências (Foto: Victor Chileno) |
O atual coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, ficará na função até que a operação Coffe Break, que investiga compra de votos para cassar o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP), seja finalizada. A informação foi repassada durante entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira, 28 de dezembro, pelo procurador geral de Justiça em exercício, Paulo Cezar dos Passos.
Conforme o procurador, não há data para o término da operação. Mas até lá, Marcos Alex continua na coordenação do Gaeco e no comando da Coffee Break. "Ele permanecerá na função por que há uma necessidade institucional (...) Ainda é preciso ouvir pessoas e fazer a denúncia a Justiça", explicou o procurador geral em exercício.
Durante a entrevista, Passos desmentiu boatos segundo os quais, Marcos Alex teria pedido demissão por se desentender com a cúpula do MPE, que teria ficado insatisfeita com o relatório da Coffee Break, entregue pelo promotor no início de dezembro.
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| Marcos Alex Vera de Oliveira continuará na coordenação do Gaeco até terminar a Operação Coffee Break (Foto: Victor Chileno/Arquivo DD) |
Conforme Passos, Marcos Alex manifestou vontade de deixar o cargo pela primeira vez em dezembro de 2014, portanto bem antes da Coffee Break deflagrada em agosto de 2015. Neste mês de dezembro, o promotor teria reiterado sua vontade de deixar o posto, por razões pessoais.
Passos negou que a cúpula do MPE tenha ficado insatisfeita com o relatório de Marcos Alex, ou pedido qualquer alteração, pois, segundo ele, o órgão ainda está na fase de análise das provas. Contudo, em nota pública lida por Passos durante a coletiva, Marcos Alex confirmou a existência de divergências internas, mas assegurou que já foram resolvidas. Segundo ele, o que houve foram "falhas na comunicação."
Informações extra-oficiais, apontam que a cúpula do MPE teria ficado aborrecida com o fato de o coordenador do Gaeco ter comentado publicamento o relatório final da operação antes que o procurador-geral Humberto de Matos Brites tivesse acesso ao documento.
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| Paulo Cézar dos Passos convocou coletiva para esclarecer suposto conflito entre Gaeco e cúpula do MPE (Foto: Victor Chileno) |
O novo coordenador do Gaeco ainda não está escolhido. O órgão ganhará reforço. O grupo que atualmente conta com quatro promotores passará a ter seis. Os promotores Tales Franklin e Tiago Freire integrarão o Gaeco. Além deles e de Marcos, também compõem o órgão os promotores Marcos Roberto Dietz, Emy Louise Souza de Almeda Albertini e Cláudia Loureiro Ocariz Almirão. Um dos cinco será o escolhido para comandar o Gaeco.
Diferente de Marcos Alex, o próximo coordenador não vai mais chefiar operações. "O coordenador vai apenas coordenar os trabalhos dos demais promotores", explicou Passos.
Em 4 de dezembro, Marcos Alex anunciou, em entrevista coletiva, que o relatório da operação propunha o indiciamento de 11 vereadores e outras oito pessoas por suposta participação na trama que cassou Bernal em 14 de março de 2014. Para Marcos Alex, foram cometidos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e associação criminosa.
Fonte: DD
Por: Valdelice Bonifácio


