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Segue acalorado o debate sobre o uniforme da equipe feminina de ciclismo IDRD, da Colômbia. A gente mostrou aqui no fim de semana a história da roupa que dá impressão de que as atletas estejam nuas. A repercussão foi interessante. E nas redes sociais o debate está rendendo.
O uniforme, diz Carlos Pinzón, presidente da Liga de Ciclismo de Bogotá, foi criado por uma das próprias integrantes do time, Angie Rojas. Ele garante que não houve intenção de causar controvérsia nem de explorar alguma conotação sexual.
O curioso nisso tudo é a dose cavalar de hipocrisia que se vê na discussão.
O uniforme é de mau gosto? É. Basicamente, porque é feio. E porque, além de feio, gerou, pelo desenho e pelo local em que se aplicou a cor de pele, um efeito um tanto estranho mesmo. Mas daí aos chiliques de muita gente se dizendo horrorizada já é um salto exagerado. Daqui a pouco, só por causa do uniforme feioso inventado por alguém sem noção, a gente corre o risco de ver nascer por aí na rede um movimento pela moral e os bons costumes no ciclismo. Daqui a pouco vai ter gente achando a lycra dos atletas e das atletas coladinha demais e perigosamente insinuante (calma, gente, não estou dando ideia não, mas é só o que falta).
A UCI (União Ciclística Internacional) condenou a roupa das meninas. Fala sério! O presidente da entidade que comanda o esporte escreveu no Twitter que "se viu obrigado a tomar uma posição". Ninguém obrigou, vai. Com certeza há coisa muito mais importante (tipo combate ao doping e à trapaça no ciclismo) com que o presidente deva se ocupar."Nós estamos em cima deste caso. Isso é inaceitável para qualquer padrão de decência", declarou Brian Cookson. Heeeeein?
(E tome hipocrisia).
O patrocinador, que dá nome ao time, Instituto Distrital de Recreación e Deporte (IDRD), se apressou em explicar que nada teve a ver com a escolha do uniforme e que se limita a apoiar a equipe.
Mas há pouco - ufa! - publicou no Twitter um recado: o apoio está acima da polêmica e vai continuar, independentemente de a roupa agradar ou não.
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Pelo menos isso.
Dentre os muitos comentários que a gente lê nas redes, um me agradou. Diz assim: "Muitos criticam o uniforme das meninas, mas poucos se dispõem a apoiá-las". Geralmente é assim, né? Para apontar o dedo se faz fila. Para estender a mão e dar uma moral a gente conta nos mesmos dedos quem esteja a fim.
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Fonte: OGlobo/JE
Por: LUIZ FILIPE BARBOZA
Por: LUIZ FILIPE BARBOZA