CAMPO GRANDE (MS),

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    05/07/2014

    Viaduto que desabou começa a ser demolido neste sábado em Belo Horizonte

    Viaduto em construção desabou e causou a morte de ao menos duas pessoas, segundo a Secretaria de
     Estado de Saúde de Minas Gerais. O Corpo de Bombeiros informou ainda que pelo menos 13 pessoas
     ficaram feridas - Foto: Mariana Melo/NITRO/UOL

    Começa neste sábado (5/07) a demolição do viaduto Batalha dos Guararapes, sobre a avenida Pedro 1º, na Pampulha, em Belo Horizonte. A Prefeitura não soube informar o horário exato do início do trabalho, mas desde o início da manhã de hoje há uma grande movimentação de operários e máquinas no local onde a estrutura desabou na quinta-feira (3/07).

    "A demolição vai começar nas próximas horas, mas não sabemos o horário exato, porque depende da avaliação dos engenheiros", informou a assessoria de imprensa da Defesa Civil do município.

    Arte UOL
    Os engenheiros e técnicos da prefeitura e da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) avaliam a situação do complexo viário para decidir qual a melhor forma de demolir a estrutura sem afetar a outra alça do viaduto.

    O Batalha de Guararapes estava sendo construído na forma de um "Y", com 40 metros de comprimento e mais dois ramais de 77,5 metros cada.

    O escoramento da estrutura, que tem um peso estimado em 1,8 mil toneladas, teria cedido no momento em que os operários retiravam as estacas da parte lateral da obra.

    O desabamento afetou um viaduto vizinho, também em obras. Segundo os engenheiros do Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia) de Minas Gerais, órgão acionado pela Defesa Civil do município, a estrutura descolou-se cinco centímetros.

    O viaduto Montese, que também faz parte do complexo viário, já havia cedido cerca de 30 centímetros em fevereiro deste ano e chegou a ser interditado. Agora, cinco viadutos vizinhos ao Batalha de Guararapes devem passar por minuciosa vistoria.

    Apesar da situação, o presidente do Ibape-MG, Frederico Correa, descartou riscos de novos colapsos. Segundo ele, já foram feitas vistorias preventivas, e o elevado que cedeu foi escorado. Correa explicou que, pelas análises preliminares, o pilar central do viaduto Batalha dos Guararapes afundou cerca de seis metros, já que, pelo projeto da obra, ele deveria estar a sete metros do chão, mas agora está a penas um metro do solo.

    Os técnicos do Ibape ainda vão avaliar se toda "descida" do pilar ocorreu no momento do desabamento do Batalha de Guararapes.

    Segundo o engenheiro, a principal hipótese levantada até agora é a de que o excesso de peso no pilar principal do viaduto provocou o colapso da estrutura. "Com a retirada de algumas escoras, o peso que estava distribuído entre os pilares e as escoras foi direcionado para o pilar principal", disse.

    O desabamento da obra matou duas pessoas, Charles Frederico Moreira, 25, e Hanna Cristina dos Santos, 26, e feriu outras 23.

    Protesto contra construtora

    Uma manifestação de protesto contra a contra a construtora Cowan, responsável pela obra do viaduto Batalha dos Guararapes, está marcada para 14h deste sábado (5), em frente à sede da empresa, na Pampulha, mesma região onde aconteceu o acidente.

    O evento criado no Facebook "Grande manifestação contra Cowan e Márcio Lacerda" tem a presença confirmada de centenas de pessoas. O texto convidando para a manifestação diz que a população, em meio às festividades da Copa do Mundo, vai às ruas.

    "O povo, unido, se reunirá novamente nas ruas para mostrar à Cowan especialmente, construtora da obra do viaduto que caiu, e a todas as outras empresas e governos a nossa revolta contra suas obras e as mortes provocadas por elas", afirma o texto. "O prefeito Márcio Lacerda justificou a tragédia afirmando que é um acidente 'normal'. Até quando vamos tolerar descaso com as nossas vidas? Essa é a Copa das Copas? Contra as empreiteiras que superfaturam obras e ceifam vidas".






    Fonte: UOL, em Belo Horizonte
    Por: Carlos Eduardo Cherem