CAMPO GRANDE (MS),

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    10/10/2017

    No dia da leitura de parecer contra denúncia na CCJ, Temer tem reuniões com ministros e 24 deputados

    Agenda oficial do presidente, que previa poucas reuniões, foi atualizada ao longo do dia. Governo prevê que conseguirá aprovar parecer de Bonifácio de Andrada na próxima semana.

    O presidente Michel Temer, durante reunião no Palácio do Planalto nesta terça-feira (Foto: Alan Santos/Presidência da República)
    O presidente Michel Temer manteve nesta terça-feira (10) a série de reuniões com deputados e as articulações para conseguir aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara o relatório pela rejeição do prosseguimento da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR).

    Conforme as atualizações de agenda divulgadas pela assessoria do Palácio do Planalto, o presidente se reuniu com 24 deputados ao longo desta terça.

    Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento), Blairo Maggi (Agricultura), Mendonça Filho (Educação), Ricardo Barros (Saúde) e Sarney Filho (Meio Ambiente) participaram das diferentes audiências com parlamentares.

    O G1 apurou que, em razão da agenda cheia, Temer não acompanhou a íntegra da leitura na CCJ do relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomendou barrar a denúncia por obstrução de Justiça e organização criminosa contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

    Quando Andrada começou a apresentar o parecer, na tarde desta terça, a assessoria do Planalto informou que Temer iniciou reunião com parlamentares ligados ao agronegócio. Segundo apurou a reportagem, o presidente foi informado sobre a conclusão da leitura ao final do encontro. Ele e seus ministros já esperavam o relatório favorável ao governo.

    Temer, Padilha e Moreira foram denunciados em setembro pela PGR. Como o caso envolve o presidente, a Câmara precisa autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a analisar a acusação. Na primeira denúncia contra Temer, por corrupção passiva, os deputados optaram por barrar o caso.

    Após a leitura do relatório de Andrada, que distribuiu críticas ao Ministério Público, auxiliares de Temer esperam aprovar o parecer na CCJ na próxima semana, permitindo até o final de outubro engavetar no plenário da Câmara.

    A romaria de parlamentares ao Planalto é parte da articulação do governo para engavetar a acusação da PGR. Na semana passada, por exemplo, Temer recebeu 41 deputados apenas na terça-feira (3).

    Janaúba e encontros com ruralistas

    Temer chegou ao Palácio do Planalto por volta das 9h10 desta terça. Logo cedo, conversou com os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara, e André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso. Em seguida, esteve com o ministro Moreira Franco, um de seus principais conselheiros políticos.

    Em audiência com os governadores Tião Viana (Acre) e Confúcio Moura (Rondônia), o presidente foi convidado para um encontro que vai discutir a crise da segurança pública. A reunião está marcada para 27 de outubro em Rio Branco, segundo Tião Viana.

    Junto com ministros, Temer também recebeu o prefeito de Janaúba (MG), Carlos Isaildon Mendes, e parte da bancada mineira na Câmara.

    Ao final do encontro, foi anunciada a liberação de R$ 8,7 milhões para hospitais mineiros e para construção de duas creches em Janaúba. A cidade ficou marcada pelo trágico incêndio da creche Gente Inocente, provocado pelo vigia do local, na semana passada.

    Durante a tarde, o presidente abriu espaço na agenda para os ruralistas. Discutiu com parlamentares e representantes de entidades do setor a medida provisória que prevê o parcelamento de débitos do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).

    Em outra reunião, com a presença de dois ministros e de oito deputados, segundo o Planalto, Temer tratou sobre biocombustíveis. Entre os presentes estava o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), titular da CCJ.

    Demitido por Temer do Ministério da Justiça em maio, o parlamentar ensaia uma reaproximação com o governo, que conta com seu voto contra a denúncia na CCJ. É a segunda vez nas últimas semanas que Serraglio entra na agenda oficial do presidente. Na primeira denúncia, o parlamentar se ausentou na votação em plenário.

    Por Guilherme Mazui, G1, Brasília


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