Dicas de português
Alternativa é uma palavra substantiva formada pela desinência alter que significa outra, dando a conotação de opção entre duas ideias, duas coisas, duas pessoas. Assim, não se pode dizer ou grafar a palavra alternativa com a palavra outra, porque ocorrerá a obviedade; a redundância ou pleonasmo.
São exemplos de erronias:
Não havia outra alternativa.
Temos que encontrar outra alternativa.
Agiu daquela forma porque não teve outras alternativas.
Expressões corretas:
Não havia alternativa.
Temos que encontrar alternativa.
Agiu daquela forma porque não teve alternativas.
Todas as alternativas são corretas.
Nenhuma alternativa é válida.
Ainda:
O termo opção indica o ato de optar; da livre escolha; do ato ou faculdade de optar; daquilo por que se opta; possibilidade. Desta forma, também se dizer ou grafar:
Não havia outra opção.
Temos que encontrar outra possibilidade.
Agiu daquela forma porque não teve outra escolha.
Todas as opções são corretas.
Nenhuma opção é válida.
Ao encontro de - implica ideia de favorecimento, anuência, concordância, em benefício de, conforme, de acordo, para junto de; em atendimento a, em favor de. Assim, erra que utiliza expressões como:
O acidente foi causado pelo caminhão que veio ao encontro da caminhoneta.
A frase acima será correta se for utilizada com a expressão de encontro a que implica ideia de oposição, desfavorecimento; discordância, em prejuízo de; contrário a; choque; contra, repulsa; discórdia. Assim, a frase deveria ser: o acidente foi causado pelo caminhão que veio de encontro à caminhoneta.
Exemplos de erros:
Disse um parlamentar, advogado, engenheiro, compositor, bajulador, cantor, professor, amigo do dinheiro público: “Todos os projetos aprovados por nossa bancada, sempre foram aqueles que vão de encontro aos anseios da nossa sociedade.”
Ao proferir mais um alienante sermão, na sua próspera igreja, o famoso líder religioso bradou: “Vem Espírito Santo, vem de encontro a estas almas”.
Afirmou chorando um famoso médico-político, amigo do dinheiro público: “Tudo o que fiz e tudo o que faço sempre vem de encontro com o que a sociedade deseja.”
Empolgadamente, afirmou um delatado vereador recebedor de “ingresso de shows”: "Todos os nossos projetos vem de encontro com os desejos do povo."
Apenasmente é forma dispensável, errada, sem fundamentação para o uso do sufixo mente.
Apenasmente é palavra adequada para os políticos analfabetos e corruptos que gostam de enganar os incautos eleitores que trabalham para sustentar a corja de parasitos. Apenas é advérbio que significa tão-somente; só, unicamente. Essa é a palavra correta.
Tamamado Nakombi bebeu apenas cinco litros de cerveja!
Deuntreko Nukara fumou apenas um cigarro comum!
Curando-se da embriaguez, Minerim fez apenas as seguintes perguntas: - Oncotô? Quem cô sô? Dondcôvô?
Assassinar significa matar alguém de forma premeditada; matar traiçoeiramente; matar mediante paga ou recompensa; falar mal (uma língua); tocar mal (um trecho de música). Diferentemente de assassinar, matar significa tirar a vida por acidente ou por violência.
As duas expressões acima não podem ser utilizadas com o mesmo significado. Assim, deve-se observar a forma correta de uso de ambas as palavras. Exemplos:
Brucutu ia semanalmente à igreja. Todavia, assassinava, por qualquer paga, radialistas, jornalistas, freiras, padres, pastores, políticos, empresários, professores, sindicalistas, fazendeiros e outros que negassem apoio ao poderoso Pilantrone.
Matatoro Nutapa assassinou muitas outras pessoas sob as ordens do chefe oculto da grande máfia pantanosa.
Tanakara Kimata contratou assassino para executar o delator.
Analfabeto Eleito da Silva assassinou a língua pátria durante o seu discurso de posse.
Exemplos de uso correto do verbo matar:
Imprudêncio perdeu o controle do carro e matou dois pedestres que discutiam sobre futebol.
Takawara Kapenga matou o colega de pescaria por causa de um pequeno peixe.
Formas adjetivadas e os substantivos correspondentes aos agentes:
filicida (pessoa que tira a vida do filho) - filicídio (crime);
fratricida (de irmão) - fratricídio;
genocida (de grupo nacional, étnico, racial ou religioso) - genocídio;
homicida (de outrem) - homicídio;
Infanticida (quem tira a vida de recém-nascido; de criança; de infante) - infanticídio;
magnicida (do alto mandatário) – magnicídio;
mariticida (do marido) - mariticídio;
matricida (de mãe) - matricídio;
parricida (do pai) - parricídio;
regicida (do rei; aquele que tira a vida do rei) – regicídio;
sororicida (de religiosa, freira) - sororicídio;
suicida (de si) - suicídio;
uxoricida (da esposa) - uxoricídio.
Na linguagem popular denomina-se por morte: abotoar o paletó, bater as botas, bater a cacholeta, comer capim pela raiz, esticar as canelas, ir falar com São Pedro, ir pra cidade dos pés juntos, partir para uma melhor, servir de adubo, vestir o paletó de madeira etc.
Morre-se de morte morrida (quando a morte é natural) e de morte matada (por consequência de desastre; quando a pessoa morre assassinada ou por cometer suicídio).
Continuação na próxima semana.