CAMPO GRANDE (MS),

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    26/09/2017

    CASO KAUAN| Suspeito de matar o garoto teria mandado garotos esquartejarem corpo após estupro coletivo

    Pelo menos 12 crianças, todas de famílias pobres, foram vítimas

    © Arquivo
    O professor suspeito de estuprar e matar Kauan Andrade de apenas 9 anos, em junho deste ano, teria obrigado quatro adolescentes que presenciaram o crime a esquartejar o menino. Ameaçados de morte pelo homem, segundo os relatos, eles teriam sido forçados a praticar sexo com a vítima, já desacordada, e ainda ajudar a esconder o corpo.

    A informação foi mencionada na denúncia feita pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) enviada a 7ª Vara Criminal de Competência Especial na última sexta-feira (22). Segundo o promotor Henrique Franco Cândia depois de perceber que Kauan estava desacordado, provavelmente já sem vida, e obrigar os adolescentes a manterem relação sexual com o corpo, o professor buscou um facão na cozinha e mandou os garotos esquartejarem o menino.

    Em um dos trechos da denúncia, o promotor lembra que em depoimento os adolescentes relataram que quando percebeu que Kauan não respirava mais, o suspeito riu e falou em tom de deboche: “E agora, aonde eu vou colocar esse corpo”.

    A todo o momento, as vítimas foram ameaçadas e depois de colocar o corpo de Kauan no porta-malas do carro, um Fiat Siena, o suspeito seguiu em direção ao Córrego Anhanduí, em companhia das testemunhas. No caminho, armado com o facão e um revólver teria voltado a coagir as vítimas.

    “Não fala nada pra ninguém, mas se alguém perguntar do corpo fala que jogaram no córrego pra despistar a polícia, se você falar que foi eu, eu vou cortar sua língua e matar sua família”. A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram diversas buscas pelo corpo do menino em toda a extensão do córrego, mas nenhum vestígio nunca foi encontrado.

    O suspeito chegou a acompanhar o trabalho dos militares, mas nega o crime, a ocultação de cadáver e até o contato com Kauan, comprovado no depoimento de várias vítimas dos abusos para a polícia. As provas apuradas pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) mostram uma rede de exploração sexual, violência e abusos, orquestrada pelo professor com as crianças mais carentes da região do bairro em que morava, o Coophavilla II.
    Pelo menos 8 crimes e 12 vítimas

    O professor foi denunciado pelo MPE-MS à Justiça por oito crimes sexuais contra 12 crianças e adolescentes.

    Ele é indiciado pelos crimes de conjunção carnal com menor de 14 anos (Art. 217) contra três vítimas; constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal (Art 213), contra quatro vítimas; submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos, (218 b) contra quatro vítimas e pelos crimes indicados nos Artigos 69 e 71 do código penal, que se trata do cometimento de um mesmo crime diversas vezes.

    Na sexta-feira (22), o Ministério Público incluiu a denúncia os artigos 211 (ocultação de destruição de cadáver), além do artigo 212 do código penal, que se trata de vilipêndio de cadáver, em relação ao menino Kauan.

    O suspeito ainda é apontado por praticar os crimes do Art. 241 "b" (armazenar vídeos ou fotografias pornográficas envolvendo crianças), Art 65 da lei de contravenção penal (molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por motivo reprovavel) e art. 218 "b" (submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos) - duplamente -, tendo em vista, que pagava de R$ 5 a R$ 15 para explorar as vítimas.

    Os crimes foram praticados de dezembro de 2016 a junho de 2017. Agora a denúncia será analisa pela 7ª Vara Criminal de Competência Especial - Campo Grande.
    O alvo: crianças pobres

    Kauan era filho de família pobre, tinha nove irmãos, e morava no Aero Rancho, foi no bairro, enquanto cuidava de carros, que foi visto pela última vez, no dia 25 de junho. O que poucos sabiam era onde o garoto e os amigos iam depois do ‘serviço’. O destino, uma casa da Rua da Praia, no Coophavila II, onde o homem responsável por sua morte, aliciava e estuprava crianças.

    O professor, que está preso desde o dia 21 de julho, dava dinheiro a eles e cometia os abusos, sempre com mais de uma vítima ao mesmo tempo. Ele ainda aliciava as crianças a levarem novas vítimas até ele, em troca de uma quantia maior de dinheiro.

    A primeira testemunha do caso, um adolescente de 14 anos, revelou ser o responsável por levar o menino a casa do autor no dia do crime. Nos primeiros depoimentos, por medo do suspeito, ele omitiu informações da polícia, mas depois de saber da prisão do homem confessou a presença de outros três colegas no crime, adolescentes de 13, 14 e 16 anos.

    Segundo o relato dos quatro adolescentes, o menino morreu enquanto era abusado. Para cometer o estupro o professor teria ‘tampado’ a boca do menino com um pano para abafar seus gritos. Depois de morto, Kauan foi novamente abusado, esquartejado e jogado em um local até então desconhecido.

    Fonte: Midiamax
    Por: Geisy Garnes


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