CAMPO GRANDE (MS),

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    14/08/2017

    Suspeito de matar Kauan sempre abusava de vítimas na frente de outras crianças

    Soma de condenações de autor pode chegar a 128 anos de prisão

    "Tenho provas suficientes para indiciar o suspeito porque ele nunca agiu sozinho", diz delegado.
    A Polícia Civil já tem provas suficientes para indiciar o suspeito de matar Kauan Andrade, 9 anos, por estupro seguido de morte e ocultação de cadáver, já que os abusos sempre foram cometidos por na frente de outras crianças. O delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), aguarda resultados da Perícia, que enfrenta dificuldades devido a limpeza excessiva da casa e carro do vendedor de celulares.

    O principal suspeito da morte do menino já estava preso preventivamente por outros oito estupros de vulnerável. Agora, o delegado Lauretto enviou à Justiça o primeiro pedido de prisão temporária do suspeito com relação aos crimes praticados contra Kauan, o estupro de vulnerável seguido de morte e ocultação de cadáver.

    Lauretto fez o pedido baseado em depoimentos de testemunhas que comprovaram, que o menino esteve na casa do suspeito, no dia do crime, e também pelos vestígios encontrados na casa, que reforçam a versão do adolescente de 14 anos que teria participado do crime.

    “O pedido garante a manutenção da prisão do suspeito e beneficia a investigação. O prazo é de 30 dias, mas pode ser prorrogado por mais 30”, explicou Lauretto.

    O suspeito, segundo o delegado, ainda não foi ouvido, formalmente, sobre a ocultação do cadáver. “Essa é a chance de que ele ajude de uma vez por todas, nas investigações. Ele continua calado, não comenta sobre as outras oito vítimas e garante que só falará em juízo”, ressalta Lauretto.

    Provas suficientes

    O delegado disse ao Jornal Midiamax que tem provas suficientes para indiciar o suspeito por estupro seguido de morte e ocultação de cadáver, porque “pouquíssimas vezes abusava de crianças sozinho, sempre havia uma testemunha”, revelou Lauretto.

    O caso mais antigo, registrado por uma vítima, ocorreu no final de 2016. Os laudos ainda não estão prontos, pois as inúmeras tentativas de limpeza da casa deterioraram provas e a Perícia enfrenta dificuldade em analisar o DNA.

    128 de prisão

    De acordo com o delegado, caso seja condenado pelo oitos estupro de vulnerável e estupro seguido de morte e ocultação de cadáver de Kauan, o suspeito pode pegar 128 anos de prisão.

    Buscas

    Familiares, amigos e demais participantes de um grupo de WhatsApp criado desde o 22º dia de sumiço de Kauan Andrade, 9 anos, iniciaram na última segunda-feira (7) buscas independentes pelo corpo do garoto.Com enxadas e facões, o grupo desceu nas margens do Córrego Anhanduí, pela ponte do Pênfigo, para reconhecer o território.

    As buscas da Polícia Civil não estão paralisadas e a cada nova informação ‘buscas pontuais’ são realizadas.

    O caso

    Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca. Foram mais de 20 dias sem notícias até o último sábado (22), quando o caso foi esclarecido.

    Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa. A criança teria falecido enquanto era violentada.

    Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.

    O homem suspeito de ser pedófilo foi preso na sexta-feira (21), no começo da tarde, pouco antes do início das buscas pelo corpo do menino. De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, o suspeito nega as acusações, mas com o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, não há dúvidas de que a vítima era Kauan.

    Sobre o local onde o corpo foi deixado, segundo a autoridade policial, o adolescente apresentou contradição. Ele afirma que entrou no carro do suspeito, com o corpo no porta-malas, mas que não desceu do veículo para jogar o menino. O criminoso teria ido sozinho às margens do córrego e permanecido por aproximadamente 30 minutos.

    Durante todo o sábado (22), a polícia e o Corpo de Bombeiros fizeram buscas pelo corpo de Kauan no Córrego Anhanduí. Apenas um saco de lixo com fios de cabelo foi encontrado.

    Uma amiga da família de Kauan contou a equipe do Midiamax que ele era ‘fissurado’ por pipas e que suspeita que isso pode ter sido usado pelo suspeito para atrair o menino. “Ele colecionava pipas, chegava a esconder a pipa em cima da casa para os irmãos não estragarem”. O homem já teve a prisão preventiva decretada por estupro de vulnerável e exploração sexual.

    Fonte: Midiamax
    Por: Danielle Valentim e Geisy Garnes


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