CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    08/08/2017

    Senador pede união das polícias para combater violência contra a mulher


    © Divulgação
    O senador Professor Pedro Chaves (PSC/MS) ocupou nesta terça-feira (08) a Tribuna do Senado para pedir a união das forças de segurança no desenvolvimento de um trabalho conjunto e permanente de prevenção e combate à violência contra a mulher.

    “Faço um apelo para que esse tema não se afaste do foco de nossas discussões. Que todas as autoridades envolvidas no combate à violência trabalhem em conjunto e com afinco para eliminar essa covardia absurda que é a violência contra a mulher e o feminicídio. E espero, de coração, que não seja necessário morrerem outras Mayaras — em Campo Grande ou em qualquer outro município brasileiro — para nos darmos conta da gravidade e da urgência desse problema”, afirmou Pedro Chaves, citando o caso da violonista Mayara Amaral, de 27 anos, barbaramente assassinada a marteladas na capital sul-mato-grossense.

    O senador destacou que a violência contra a mulher no Brasil ainda é uma triste e sórdida realidade.

    “Segundo o Atlas da Violência 2016, cerca de treze mulheres são assassinadas todos os dias no Brasil. A cada ano, são quase cinco mil novas vítimas. A taxa de homicídios de mulheres se aproxima de 5 a cada 100 mil e, no período de 2004 a 2014, cresceu mais de 10%. Perceba-se que estamos falando apenas dos episódios de violência que resultaram em morte; não estamos abordando as formas de violência que não matam — ou que não mataram, ainda —, mas que ferem, agridem e maltratam como a violência física, a violência psicológica e, especificamente, a violência sexual. Se considerarmos todas essas formas de violência, os números serão muito maiores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, e considerando o panorama mundial, nossa taxa de homicídios de mulheres ocupa a nada honrosa quinta posição. Mata-se, por aqui, 16 vezes mais mulheres do que no Japão, 24 vezes mais do que na Irlanda e 48 vezes mais do que no Reino Unido. Trata-se, sem dúvida, de um fenômeno estrutural, de uma patologia social que deve ser combatida de todas as maneiras possíveis”, defendeu o senador.

    Pedro Chaves enfatizou que, lamentavelmente, Mato Grosso do Sul não é bom exemplo para ninguém.

    “A taxa de homicídio de mulheres no meu estado ultrapassa 6 a cada 100 mil. Estamos acima da média brasileira. E, no período de 2004 a 2014, essa taxa cresceu mais de 30%. De acordo com a última análise feita pelo Mapa da Violência, e considerando a taxa por população, éramos o nono estado onde mais se assassinavam mulheres no Brasil”, detalhou.

    O senador ponderou que a caracterização legal do crime de feminicídio foi um avanço legislativo louvável e necessário, mas lamentou que as fontes de informação estatística das quais dispõem as autoridades ainda são escassas e fragmentadas.

    “Sabemos que um terço dos homicídios contra mulheres são executados por companheiros ou ex-companheiros e mais da metade são cometidos por familiares das vítimas. É o ápice da violência doméstica e familiar a que as mulheres estão cotidianamente expostas. Mas, ainda não temos um banco de dados centralizado, de caráter nacional, reunindo as estatísticas de forma integrada. Isso faz muita falta na hora de avaliar o resultado de políticas públicas de combate à violência contra a mulher. Temos que nos unir e trabalhar para reverter isso”, enfatizou.

    Fonte: ASSECOM


    Imprimir