CAMPO GRANDE (MS),

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    14/08/2017

    Dodge tem que se explicar sobre encontro com Temer, diz procurador

    Carlos Fernando dos Santos Lima integra a força-tarefa da Lava Jato

    © Marcelo Camargo/Agência Brasil
    Integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse nesta segunda-feira (14) que "encontros fora da agenda não são ideais para a situação de nenhum funcionário público".

    Ele foi questionado, em evento sobre compliance (atividades internas das empresas para evitar e detectar desvios) em São Paulo, sobre o encontro da sucessora de Rodrigo Janot na PGR (Procuradoria-Geral da República), Raquel Dodge, com o presidente Michel Temer que não constava na agenda presidencial.

    "Nós mesmos [procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba] às vésperas do dia da votação do impeachment fomos convidados a comparecer ao Palácio do Jaburu à noite e nos recusamos, porque entendíamos que não tínhamos nada a falar com o eventual futuro presidente do Brasil naquele momento", disse Lima.

    Dodge se reuniu com Temer no último dia 7 e, neste domingo (13), afirmou que formalizou o pedido da reunião por e-mail, na véspera da sua realização.

    O encontro não estava registrado na agenda do presidente, mas, segundo a secretaria de comunicação da Procuradoria, constava na de Dodge. Como ela ainda não assumiu o cargo de procuradora-geral, não tem a agenda pública. Em relação ao motivo da conversa, Dodge afirmou à Folha de S.Paulo, que se reuniu com o presidente para discutir a data da posse no cargo.

    Para Carlos Fernando dos Santos Lima, "é claro" que a sucessora de Janot tem que se explicar. "Ela deu uma explicação e tem que ser cobrada pelas consequências desse ato", disse.

    Questionado se o encontro comprometia Dodge ou se as explicações eram satisfatórias, ele disse que a questão cabia ao corregedor do Ministério Público Federal.

    "Eu posso dizer por nós. Nós tivemos uma situação semelhante e nos recusamos a comparecer. Nós temos agora que avaliar uma consequência dentro da política que o Ministério Público vai ter a partir da gestão dela", afirmou Lima.

    "Todo funcionário público é responsável pelos atos que tem. Infelizmente não há como fugir da responsabilização perante a sociedade."

    O procurador faz, na manhã desta segunda (14) na zona sul paulistana, uma palestra sobre investigações anticorrupção, em fórum organizado pela Amcham (Câmara Americana de Comércio). Com informações da Folhapress

    Fonte: NAOM


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