CAMPO GRANDE (MS),

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    24/07/2017

    CASO KAUAN| Vizinhos afirmam que casa de pedófilo que matou Kauan ‘vivia cheia de crianças’

    Polícia segue buscas pelo corpo do menino

    © Arlindo Florentino
    Sempre cheia de crianças e adolescentes, mas nada que levantasse suspeitas: foi assim que vizinhos do homem suspeito de estuprar e matar o menino Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, descreveram a casa em que o crime aconteceu. Na noite deste domingo (23) a residência, localizada no Bairro Coophavila II, foi depredada e incendiada.

    Revoltados com o assassinato do menino, populares teriam iniciado um incêndio na casa do pedófilo de 38 anos e o Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas. O imóvel estava com as janelas quebradas, a porta arrombada, mas sem grandes danos causados pelo princípio de incêndio, que logo foi controlado pelos militares.

    Na residência, ainda é possível ver as áreas isoladas pela perícia durante as investigações sobre a morte de Kauan. A polícia encontrou sangue na cama, no chão e no porta-malas do carro do pedófilo e ainda material pornográfico no computado. Dois dos filmes apreendidos mostravam cenas com o próprio suspeito.

    Autônomo em revenda de celulares, o suspeito se apresentava como professor para ganhar a confiança das vítimas e as levar para sua casa. Na manhã desta segunda-feira (24), vizinhos lembraram que o local era sempre movimentado e ‘vivia cheio de crianças e adolescente’, mas não o suficiente para despertar a desconfiança dos moradores.

    A polícia encontrou vestígios do estupro de outras duas crianças, de 10 e 11 anos, além do abuso do adolescente de 14 anos que participou do crime e atraiu Kauan para casa do pedófilo. As buscas pelo corpo do menino no Córrego Anhanduí continuam nesta segunda-feira, o que para a polícia é determinante para entender o que de fato causou sua morte.
    O caso

    Kauan desapareceu da casa da família, no Aero Rancho, no dia 25 de junho. O menino cuidava carros na região quando foi visto pela última vez. A família registrou boletim de ocorrência e as investigações foram realizadas pela Depca. Foram mais de 20 dias sem notícias até o último sábado (22), quando o caso foi esclarecido.

    Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.

    Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.

    O homem suspeito de ser pedófilo foi preso na sexta-feira (21), no começo da tarde, pouco antes do início das buscas pelo corpo do menino. De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, o pedófilo nega as acusações, mas com o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, não há dúvidas que a vítima era Kauan.

    Sobre o local onde o corpo foi deixado, segundo a autoridade policial, o adolescente apresentou contradição. Ele afirma que entrou no carro do pedófilo, com o corpo no porta-malas, mas que não desceu do veículo para jogar o corpo. O criminoso teria ido sozinho às margens do córrego e permanecido por aproximadamente 30 minutos.

    Durante todo o sábado (22), a polícia e o Corpo de Bombeiros fizeram buscas pelo corpo de Kauan no Córrego Anhanduí. Apenas um saco de lixo com fios de cabelo foi encontrado.

    Uma amiga da família de Kauan contou a equipe do Midiamax que ele era ‘fissurado’ por pipas e que suspeita que isso pode ter sido usado pelo pedófilo para atrair o menino. “Ele colecionava pipas, chegava a esconder a pipa em cima da casa para os irmãos não estragarem”. O pedófilo já teve a prisão preventiva decretada por estupro de vulnerável e exploração sexual. 

    Fonte: Midiamax
    Por: Geisy Garnes e Arlindo Florentino
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