CAMPO GRANDE (MS),

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    15/05/2017

    Longen recebe presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência

    © Divulgação

    A reforma previdenciária voltou a ser discutida nesta segunda-feira (15/05) no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen, e o presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência da Câmara dos Deputados, deputado federal Carlos Marun. O encontro de ambos foi após a reunião de Longen com lideranças sindicais das indústrias e dos trabalhadores, bem como líderes comunitários, para debater as reformas.

    “Entendemos que o Brasil tem de avançar e, acima de tudo, que as reformas precisam ser consideradas no dia a dia. Não é possível mais suportar o Brasil com o tamanho que a conta pública está e não é possível mais ser transferido para a sociedade esses custos. A população tem de conhecer um pouco o que são as reformas. Muitas vezes, a sociedade tem comprado que as reformas trazem prejuízos a todos, quer na trabalhista, quer na previdenciária. Entendemos que dialogar com clareza com essas lideranças vai trazer tranquilidade para toda a sociedade”, declarou.

    O presidente da Fiems reforçou que a posição de muitos é contrária, mas, eles não sabem dizer o porquê de estarem contra. “Muitos entendem que as reformas, como a trabalhista, por exemplo, trazem prejuízos, mas não sabem colocar quais seriam esses prejuízos. Eu entendo que o que nós precisamos fazer – e é isso o que estamos fazendo – é mostrar exatamente quais são as propostas. Esse é um grande diálogo e muitos que ouviram hoje os principais pontos da reforma acabaram surpreendidos com pontos colocados”, assegurou.

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    Longen acrescenta que os defensores das reformas têm falhado justamente em não esclarecer os principais pontos tratados. “Reconhecendo essa falha, esperamos aumentar esse diálogo com a sociedade, mostrando a importância das reformas. Muitos não tinham conhecimento sequer dos gastos que Mato Grosso do Sul tem com as reformas, o tamanho da conta que, de certa forma, todos nós estamos pagando. E quando se fala em Previdência, inclusive em nível federal, a preocupação é muito maior, porque muitos dependem disso para sobreviver, há um projeto que foi construído, e hoje sentem-se ameaçados”, justificou.

    Ele finaliza destacando que os eventos promovidos pela Fiems ampliaram o debate sobre o que está sendo discutido. “Nós temos aí grandes temas que virão pela frente, como a reforma política, a sociedade também se preocupa hoje em conhecer e, inclusive, ampliar a divulgação da reforma da Previdência, exatamente como está sendo feita e de que forma está sendo construída. Não simplesmente criando o conceito de não pelo não ou sim pelo sim, mas entendemos que esse diálogo com a sociedade é salutar e nós vamos ampliar, cada vez mais, as reformas que nós estamos construindo no Brasil e com os outros municípios”, pontuou.

    Novo projeto

    Já o deputado federal Carlos Marun destacou que a população precisa entender que os pontos do projeto original do Governo considerados prejudiciais pelos trabalhadores na reforma da Previdência não existem mais. “O que existe hoje é um substitutivo, é um novo projeto, aprovado na Comissão que, não só mantém o ajuste fiscal, que na verdade existe necessidade de um ganho fiscal, mas que atenua e torna muito menos abrupta, digamos, a implantação dessa reforma. Eu diria para você que nós temos várias reformas necessárias, mas a da Previdência é imprescindível e é nesse sentido que eu continuo trabalhando, mesmo já tendo sido encerrado o trabalho da comissão. Até porque, quando eu aceitei esse desafio de ser o presidente dessa Comissão, eu tinha consciência de que estava ligando minha vida política, minha trajetória política a esse tema que, eu repito, é tão importante, é tão imprescindível para a vida do País”, garantiu.

    Marun garante que, quando aceitou o convite, não tinha o compromisso de simplesmente carimbar o projeto do Governo. “Nós íamos estabelecer na Comissão uma discussão real, verdadeira, franca e foi isso que aconteceu. Nós tivemos ali mais de 60 entidades se manifestando, realizamos seminário internacional, ouvimos especialistas convidados pelo Governo e pela oposição. Eu garanti todas as audiências públicas que a oposição pudesse indicar pessoas para debater os mais diversos temas e o resultado é que nós mudamos muitos dos pontos do programa. Nós ajustamos, recebemos as sugestões, incorporamos muitas delas, ajustamos o projeto e eu repito, temos hoje um projeto perfeitamente aprovado, muita pouca gente fala contra o projeto com dados, com argumentos, realmente racionais e lógicos”, assegurou.

    O deputado federal acrescenta ainda que a Câmara caminha para a aprovação da reforma da Previdência, que vai permitir que o Brasil cresça dentro de um clima de sustentabilidade, dentro de um clima de responsabilidade fiscal e atuando na construção de uma situação que seja boa para os brasileiros e para o Brasil. “Tem muita gente que acha que dá para se estabelecer uma reforma boa para alguns brasileiros, mas que não seja boa para o Brasil. Não existe como fazermos isso. Chegou a hora da verdade, o Brasil tem que efetivamente encarar essas situações e nós estamos fazendo isso. Na época em que eu assumi, eu aceitei esse convite, eu até pensei que era um limão, mas eu já estou até achando que isso aí está se transformando numa limonada, até pela forma franca, autêntica e determinada como estou enfrentando essa questão”, falou.

    Sobre a situação econômica do País, Marun ressaltou que o Brasil aumentou o endividamento público, construindo uma falsa sensação de bonança, que não era real. “Nesse tempo, a indústria diminuiu cerca de 50% a sua participação, que é um setor importantíssimo, diminuiu cerca de 50% da sua participação do PIB nacional e nós achamos que todos estavam bem, todo mundo andando de roupa nova, viajando, todo mundo achando que estava bem. Não, nós queremos agora construir uma situação real. Em uma situação real, as pessoas como a Dona Maria, como o Seu João, serão necessárias nesse País e sendo necessárias terão emprego, terão uma previdência onde eles vão poder ter a certeza que vão chegar no dia, passar no banco e poder receber”, ressaltou.

    O deputado alerta que hoje, no Brasil, há dois tipos de Estados: o que não pagam suas aposentadorias em dia e os que pagam. “Não pensem que isso aí está longe. Minas Gerais já está na beira do precipício. Tem mais uns cinco, seis ou sete Estados que já estão vendo o precipício, não estão na beira, mas já estão enxergando. E vou dizer mais, Mato Grosso do Sul é um desses, que se a coisa continuar dessa forma, daqui a pouco nós vamos ter a Dona Maria que é aposentada sem receber a sua aposentadoria. Então nós estamos construindo uma coisa real. Como é que é real? Vamos ter que trabalhar um pouco mais. Nós vivemos mais, vamos ter que trabalhar um pouco mais, porém, em contrapartida, você se aposentar, vai saber que vai receber a aposentadoria”, finalizou.


    Fonte: ASSECOM
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