CAMPO GRANDE (MS),

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    15/05/2017

    Empresários e lideranças comunitárias discutem reformas em debate na Fiems

    © Divulgação
    Empresários e lideranças comunitárias reuniram-se com o presidente da Fiems, Sérgio Longen, nesta segunda-feira (15/05), no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), para conhecer a fundo e debater as mudanças propostas pelas reformas trabalhista, política, tributária e previdenciária, bem como a Lei da Terceirização. O evento, que faz parte da programação do Mês da Indústria e tem o patrocínio do Sebrae/MS, contou com a presença do jornalista e comentarista político Heraldo Pereira, da Rede Globo.

    Segundo Sérgio Longen, o evento foi promovido com o objetivo de debater os principais assuntos que tramitam no Congresso Nacional e, sobretudo, levar à bancada federal o posicionamento das instituições presentes. “Divergências de opinião são válidas, desde que haja conhecimento. Por isso, assumimos o compromisso de levantar o debate, de convidar diversos segmentos representativos da sociedade, para que possamos avaliar o que são as reformas de fato, o que elas propõem”, disse.

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    Na oportunidade, o presidente da Fiems destacou os principais pontos de cada reforma, com ênfase às mudanças propostas e aos reflexos diretos no setor produtivo. “Falando da reforma Trabalhista, faço questão de destacar o seguinte dado: o Brasil tem 3% da população mundial e concentra 98% das ações trabalhistas do planeta. Essa informação foi divulgada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, durante evento em Londres, e ilustra a insegurança jurídica que permeia as relações trabalhistas atualmente”, pontuou.

    Já em relação à reforma da Previdência, Longen citou outro dado alarmante, também levantado pelo ministro Barroso. “Os 32 milhões de aposentados brasileiros da iniciativa privada custam o mesmo que um milhão de aposentados do poder público. Isso significa que a maioria pobre dá dinheiro à minoria endinheirada. Além disso, considerando o crescimento da população e da expectativa de vida, muito em breve teremos mais aposentados do que contribuintes. O rombo será inevitável”, analisou.

    Sobre a reforma política, o presidente da Fiems defendeu o fim de eleições a cada dois anos, situação que onera consideravelmente os cofres públicos. Em relação à reforma Tributária, ele defendeu a discussão acerca dos incentivos fiscais, que colocam Estados como o Mato Grosso do Sul em pé de igualdade com grandes centros industriais. “Por outro lado, vejo com preocupação a possibilidade da criação de novos tributos. É preciso ficar atento a este aspecto”, falou.

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    O jornalista Heraldo Pereira classificou como fundamental o debate neste momento de reformas tão importantes para a sociedade como um todo. “Há alguns anos atrás, era impossível ver reunidos, numa mesma sala, representantes de patrões e empregados discutindo algo de extrema relevância, como é o caso das reformas. Isso, por si só, já representa um avanço significativo”, declarou.

    Heraldo também afirmou que o Governo Federal tem uma base muito comprometida no Congresso e que é preciso um trabalho de convencimento junto aos parlamentares para que eles tenham segurança nas votações.

    Empresários

    O empresário do segmento gráfico, Julião Flaves Gaúna, destacou a união entre representantes dos setores laboral e patronal pelo equilíbrio de condições de produção e de trabalho. “Sabemos que os resultados não serão imediatos. Mas é preciso persistir, pelo simples fato de saber que, do jeito que está, não temos mais condições de avançar”, falou.

    Para o empresário do segmento cerâmico, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari, a atitude da Fiems de estimular o debate é louvável. “Sem medo ou preocupação de passar uma falsa impressão elitista, a entidade se prontificou a contribuir de maneira séria e responsável com as principais discussões que envolvem, hoje, a sociedade brasileira”, ponderou.

    O presidente da Associação de Moradores do setor IV do Bairro Aero Rancho, Íris Pires Louveira, declarou que parte da sociedade está contra as reformas porque não entende exatamente como elas funcionam. “Vamos passar adiante o que foi dito aqui, porque é muito interessante que o Brasil vá para frente. Sou a favor das reformas, acho que nosso País está enterrado. Foi dito aqui hoje, por exemplo, que 32 milhões de pessoas pagam para uma pessoa receber o benefício, então, injustiças como essa têm que ser corrigidas”, afirmou.

    Da mesma maneira, a presidente da Associação de Moradores do Bairro Caiçara, Maria Barbosa Barros, considera a reunião uma oportunidade de levar conhecimento adiante. “É importante aprender para que possamos repassar para as pessoas mais simples do bairro e, assim, ajudar para que outros moradores entendam também. O que vimos aqui com certeza será passado para frente”, disse.

    Rinaldo Salomão, presidente do STIAA/CG (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Campo Grande e Região), acrescentou que, mesmo com algumas avaliações divergentes, empregados e empregadores têm o mesmo objetivo: voltar a ver a economia crescer. “Como defensor da democracia, sou defensor do debate, do diálogo. Por isso estou aqui hoje, e parabenizo a iniciativa da Fiems”, finalizou.



    Fonte: ASSECOM
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