CAMPO GRANDE (MS),

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    13/03/2017

    OPINIÃO| A Fatalista Política do Retrocesso

    Enriquecimento da classe política é proporcional ao empobrecimento da população
    A corrosiva ruína financeira que o Brasil atualmente enfrenta só não é mais dilacerante do que a exasperante apatia do governo ao enfrentá-la. Ostensivamente letárgico, nenhum plano de contingência foi elaborado ou debatido nas esferas públicas, e o governo federal, na melhor das hipóteses, se manifesta com absoluto descaso e indiferença, para com a enorme e corrosiva recessão que dilacera o país, e que afeta a todos nós direta ou indiretamente. Não obstante, milhões de brasileiros desempregados têm de confrontar a sua humilhante situação diariamente, tendo de conviver com a precariedade, com as privações e com as incertezas que lhes foram impostas pelo atual quadro de opressiva ruína econômica, causada pelos governos Lula e Dilma Rousseff. De acordo com o relatório mais recente do Heritage Foundation, o Brasil já é um país mais socialista do que a Rússia e a China, e enquanto as cicatrizes da destrutiva vermelhidão que nos foi imposta pelo governo de cunho socialista perdurar, estas feridas não irão desaparecer. Como conviver com as consequências, no entanto, da terrível dilaceração da economia, causada por governos incompetentes, corruptos, espoliadores e parasitários?

    As consequências são profundas, e se fazem sentir primariamente em âmbito econômico e profissional. A invariável perda de poder aquisitivo é o fator preponderante de qualquer recessão, e a subsequente ausência de oportunidades profissionais apresenta-se em praticamente todos os setores ocupacionais. Não obstante, a deplorável ineficiência política, ao demonstrar toda a sua incompetência e inaptidão diante das adversidades, mantém o brasileiro refém de um enorme conjunto de incertezas, que tornaram a instabilidade um fator irremediável de seu cotidiano. E então, inadvertidamente, sem a menor intenção, adotamos a política do retrocesso. Andamos para trás, porque para frente, tudo o que temos são impedimentos e obstáculos que ficam cada vez maiores. E como se sofrêssemos de carência de problemas, a política nacional, ao invés de buscar uma resolução para as aflitivas adversidades que castigam a população, demonstra única e exclusivamente um corrosivo talento para criar ainda mais problemas. 
    Congresso nacional é mais autônomo e soberano do que de fato representativo da população
    Afinal, o que aconteceu com as dez medidas de combate à corrupção? Por que motivo não foram aprovadas, tampouco implementadas? Nem perto de ser o suficiente, já seria um bom começo para o exercício de uma política nacional mais transparente, embora eu pessoalmente duvide de qualquer possibilidade, no que diz respeito à implementação de uma coesa “dinâmica da honestidade” na esfera pública. Mas as tais medidas não foram aprovadas porque, evidentemente, políticos são bestiais animais corruptos, que governam única e exclusivamente para seu próprio benefício. É tão óbvio quanto previsível o fato de que eles não iriam aprovar leis e medidas que depõem contra os seus interesses.

    Com os políticos que tem à sua disposição, o brasileiro não precisa ter a menor dúvida de que está invariavelmente mal representado. Não existe nenhum servidor público realmente preocupado com a população. Tudo o que eles querem é espoliar o povo ainda mais, de forma cada vez mais intensa, intolerante e agressiva. Sempre ignóbil, prepotente, arrogante, perniciosa e gananciosa, a classe política brasileira luta por suas vantagens, seus direitos e seus privilégios. Se para isso, no processo, tiver que passar por cima dos interesses da população, ignorá-los, suplantá-los ou liquidá-los, isso é apenas um detalhe. No final das contas, o brasileiro está por sua própria conta e risco, como sempre esteve. 


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