CAMPO GRANDE (MS),

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    16/01/2017

    Novos prefeitos contabilizam déficits e procuram meios de sanar os rombos

    Derlei Delevatti (PSDB), prefeito de Porto Murtinho (Foto: Richelieu de Carlo)

    Metade do mês de janeiro já passou e 40% dos prefeitos no interior do estado ainda contabilizam os prejuízos e calculam os rombos na tentativa de buscar recursos para quitá-los. Alguns gestores que assumiram os mandatos em 2017 reclamam de assumir dívidas deixadas pelos antecessores, entre elas 13º e salários de dezembro em atraso.

    Porto Murtinho, Selvíria e Nioaque são locais onde a situação financeira é extremamente crítica. No primeiro, o dinheiro das multas da repatriação enviado pelo Governo Federal no fim de 2017 durou apenas uma hora na conta e não foi suficiente para tirar a cidade do vermelho.

    “A verba caiu às 6h e às 7h já tinha sido usada para o pagamento de dívidas com fornecedores, gastaram tudo. Eles deveriam ter pagado os salários de servidores em atraso e não os fornecedores”, critica o prefeito daquele município, Derlei Delevatti (PSDB).

    Conforme o gestor, Porto Murtinho tem cerca de R$ 10 milhões em dívidas, dos quais R$ 3 milhões para a Energisa e outros R$ 3 milhões para a Sanesul. Além disso, o 13º dos funcionários públicos estão pendentes. “Vou me reunir com representantes dos sindicatos para parcelar esses valores, porque não tenho como pagá-los de forma integral, senão eu não conseguiria pagar o salário de janeiro”, afirma.

    Somente para regularizar essa situação, segundo ele, serão necessários R$ 800 mil. Delevatti denuncia ainda que alguns servidores comissionados na área de administração e finanças chegaram a receber os vencimentos.
    Prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Junior (PSDB) (Foto: Richelieu de Carlo)

    Em Nioaque, o prefeito Valdir Couto de Souza Junior (PSDB) diz que o município deve o salário de dezembro e mais R$ 18 milhões em previdência e precatórios. Além disso, as escolas estão sem condições de uso para o início do ano letivo, já que passaram os últimos quatro anos sem uma reforma sequer; e vários equipamentos que pertencem ao poder público estão sucateados.

    “De três motoniveladoras, duas estão sem condições de uso e dos três caminhões-caçamba da cidade, dois estão com o motor fundido”, afirma. Para sair da crise, ele vai pedir que as secretarias reduzam em pelo menos 20% os gastos com água, luz e reduzam contratos.

    O prefeito de Selvíria, José Fernando Barbosa (PSB), diz que a folha de dezembro está atrasada e a frota de veículos da prefeitura está com a documentação atrasada e com débitos pendentes. Além disso, somente 20% dos funcionários receberam alguma parte do salário de dezembro. O gestor pretende parcelar o restante.

    Fora de perigo 

    Pedro Arlei Caravina (PSDB), prefeito de Bataguassu, diz ter começado o segundo mandato com as contas em dia. Ele é o candidato a presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), cujas eleições foram nesta segunda-feira (16).

    “Meu principal trabalho será captar mais recursos para os municípios incrementarem as receitas. Uma questão que ajudou bastante foi as repatriações, mas esse tipo de recurso é pontual e só resolve problemas pontuais”, afirma.



    Fonte: campograndenews
    por: Ricardo Campos Jr. e Richelieu de Carlo
    Link original: http://www.campograndenews.com.br/economia/novos-prefeitos-contabilizam-deficits-e-procuram-meios-de-sanar-os-rombos