CAMPO GRANDE (MS),

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    23/01/2017

    'Nas próximas horas ou dias teremos novo relator' da Lava Jato, diz ministro

    Para Mello, escolha de relator deve ser rápida para não prejudicar Lava Jato. Magistrado do STF diz que Carmen Lúcia não deve homologar delações.

    Ministro Marco Aurélio Mello afirma que presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, não deve homologar delações premiadas de executivos da Odebrecht (Foto: Rosinei Coutinho/STF)
    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou, na manhã desta segunda-feira (23), acreditar que novo relator do processo da Lava Jato no STF deve ser definido em breve. Mello também disse que a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, não deve homologar delações premiadas dos executivos da Odebrecht. A expectativa era que o ministro Teori Zavascki, morto na última quinta-feira (19), fizesse as homologações em fevereiro.

    As declarações foram feitas à Rádio Gaúcha.

    "Pelo o que conheço, há muitos anos, da atuação da ministra Cármen Lúcia, ela procederá não [com] a homologação, mas sim a redistribuição [do processo]. Nós teremos, nas próximas horas ou nos próximos dias, um novo relator [do processo da Lava Jato]", disse Mello.

    O magistrado argumentou que a escolha do novo relator deve ser rápida para não prejudicar a Lava Jato nem o que chamou de "interesses nacionais", e defendeu que a relatoria fique com um os ministros da Segunda Turma, da qual Teori Zavascki fazia parte. Atualmente, compõem o colegiado os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.

    "Deve ser rápido porque procedimento penal não pode ficar suspenso sob pena de prejuízo. Sob pena de (...) militar a favor de possíveis envolvidos, prejudicando-se aí os interesses maiores da sociedade. Não podemos ficar com cadeira vazia. Pela ordem natural das coisas, a redistribuição há de se fazer considerando os remanescentes da Segunda Turma", disse.

    Mello mimizou o encontro do ministro Gilmar Mendes com o presidente Michel Temer durante o último final de semana. "Não prejudica em nada. Se atua com equidistância", pontuou.

    O ministro afastou a possibilidade da aeronave de Teori ter sido sabotada. "Descarto, de início, qualquer ato de sabotagem visando atingir o ministro Teori e os demais ocupantes da aeronave. Tudo indica que o acidente decorreu de mau tempo na região, mas temos que esperar a investigação", concluiu.

    Queda de avião

    Teori Zavascki morreu na quinta-feira (19), aos 68 anos, em um acidente aéreo no litoral do Rio de Janeiro. Viúvo desde 2013, Teori deixa três filhos. Ele se tornou ministro do STF em 2012 por indicação da então presidente da República, Dilma Rousseff.

    Teori Zavascki estava de férias e viajava para a casa de praia do empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono do Grupo Emiliano, quando o avião caiu no litoral fluminense matando todos os cinco ocupantes.

    Filgueiras também morreu na tragédia. Além dele e do ministro do STF, morreram o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta de Filgueiras Maira Lidiane Panas Helatczuk, e a mãe dela, Maria Ilda Panas.



    Do G1 RS