CAMPO GRANDE (MS),

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    28/11/2016

    Para Mandetta decisão sobre horário de verão deve ser de cada estado

    deputado federal Mandetta (DEM/MS) - Divulgação

    A discussão sobre a manutenção do horário de verão, que surgiu no governo de Getúlio Vargas, sempre gira em torno da real economia de energia e dos danos à saúde da população. Atualmente, o horário prevalece em dez estados e o Distrito Federal. O tema foi debatido em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família motivada pelo projeto de lei Nº397/2007, de autoria do deputado Valdir Colatto (SC), que propõe o fim do horário de verão em todo país.

    “Existem vários “Brasis”. Pela nossa experiência temos grande probabilidade de errar quando fazemos regra igual para vigorar do estado de Roraima até o Rio Grande do Sul”, afirma o deputado federal Mandetta (DEM/MS). “Temos uma unidade linguística, mas cultural, geopolítica, incidência solar e ciclo cicardiano diferenciados”, completa.

    Para o mestre em energia solar, Alexandre Heringer Lisboa, não há como provar a economia promovida pelo horário verão e tão propagada pelos governos. “Além disso, o nosso modo de consumo mudou completamente. Hoje temos lâmpadas extremamente eficientes; os equipamentos são todos certificados. É necessário ter um debate sério. Se existe razão para ter horário de verão que não seja pelo setor elétrico”, alega.

    O médico cardiologista Guilherme Honório Pereira apresentou estudos científicos alarmantes que mostram como o horário de verão pode ser nocivo para a saúde. “O horário de verão tira o que nós temos de mais importante que é o sono REM, que restabelece o nosso equilíbrio emocional e o aprendizado”, alega o cardiologista. Segundo estudos apresentados pelo médico, o horário de verão aumenta o número de ataques cardíacos, AVC e depressão.

    Apesar de o debate considerar a equação economia versus saúde, Mandetta acrescenta uma nova análise sobre o tema. Segundo ele, o horário de verão no decorrer dos anos foi se transformando, principalmente nas cidades litorâneas. “Em alguns lugares as pessoas não se adaptaram. Mas em cidades, como o Rio de Janeiro, se transformou numa oportunidade de lazer em bares, restaurantes, praia, e incentivo a atividades esportivas. A população termina a jornada de trabalho às 18h e tem mais duas horas e meia para aproveitar o ar livre com sol”, afirma. 

    Para o parlamentar, adotar um horário absoluto em todo o país configura-se o mesmo erro de eliminá-lo completamente. “Quem sabe dar essa competência aos estados para que deliberem. Deixe as pessoas se manifestarem. O Estado tem o direito de interferir no sono das pessoas? Eu vejo que esse debate é bom e necessário”, sugeri. “Percebi determinadas bancadas que são em favor do horário de verão, temos estados que não estão mais submetidos ao horário e temos estados insatisfeitos”, afirma. Segundo ele, existem diferenças enormes a serem construídas sobre o tema.



    Fonte: ASSECOM


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