CAMPO GRANDE (MS),

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    30/09/2016

    Para combater compra de voto, MPE impõe ‘toque de recolher’ em cidade

    Policiais fazem cadastro de que circulam pelas ruas de madrugada

    Ilustração

    O MPE (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) impôs uma medida parecida à do toque de recolher, em Sonora, no norte do Estado, como meio de combater a compra de votos.

    Num dos bairros da cidade, policiais militares e civis, por orientação do MPE, durante as abordagens feitas depois da meia noite até a madrugada, preenchem um cadastro das pessoas que estiverem circulando pelas ruas.

    O promotor de Justiça Marcos André Santana Cardoso disse na tarde desta sexta-feira que a medida imposta desde anteontem, quarta-feira (28), ocorre com rigor maior no bairro Vista do Lago, fora da área central, onde moram famílias carentes.

    Ele disse ter recorrido à norma devido ao volume de denúncias indicando que no bairro em questão havia constantes e suspeitas movimentações de carros e cabos eleitorais, principalmente depois da meia-noite.

    Investigação

    “Primeiro, instaurei um procedimento preparatório eleitoral para investigar eventual abuso de poder e casos de captação ilícita de sufrágio. Depois, soubemos de movimentos suspeitos de cabos eleitorais na região”, disse o promotor, que participou de uma das diligências no bairro.

    “Os policiais já notaram carros estacionados em atitudes suspeitas, no bairro, de madrugada e, quando questionadas, as pessoas podem ter inventado alguma história, como a de que estava ali para ir a uma festa, comer churrasquinho, buscar alguém”, afirmou o promotor que justificou o reforço no combate a compra de votos na região porque a “maioria das famílias do bairro vive em situação de vulnerabilidade”.

    O promotor disse que soube que famílias aguardam as “visitas”, já tarde da noite, com portas abertas.

    A ideia de Marcos André, a de preencher um cadastro com dados de pessoas abordadas e o motivo de seguirem até o bairro nas madrugadas, disse ele, é um meio de fortalecer depois a investigações que conduz agora contra os crimes eleitorais. Ele pretende fazer um cruzamento de informações, no caso, ver se alguém já investigado foi pego no bairro depois da meia-noite.

    Ao menos até à tarde desta terça-feira, o promotor contou que não havia feito nenhum flagrante, contudo, seguiria com a operação até a madrugada de domingo.

    Operação

    No dia da eleição, além de policiais civis e militares, policiais rodoviários também vão atuar no combate ao compra de votos no município cuja população gira em torno de 18 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE.

    Dois candidatos disputam a prefeitura de Sonora, situada na divisa de Mato Grosso: Maria Clarice, pelo PSDB e Enelto da Farmácia, PMDB. Nenhum dos concorrentes se manifestaram oficialmente sobre o assunto.



    Fonte: Midiamax
    por: Celso Bejarano
    Link original: http://www.midiamax.com.br/politica/combater-compra-voto-mpe-impoe-toque-recolher-cidade-317211