CAMPO GRANDE (MS),

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    23/08/2016

    Grupo filmava furtos e usava vídeos para 'ensinar' crime em MS, diz polícia

    Ordens partiam do presídio de Campo Grande, afirma delegado. Suspeitos foram presos enquanto tentavam furtar agência bancária.

    Ferramentas usadas pelos suspeitos durante furtos (Foto: Dyego Queiroz/TV Morena)

    A Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) apresentou, nesta terça-feira (23), em Campo Grande, cinco suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em furto a banco, que agia em Mato Grosso do Sul.

    De acordo com a polícia, o grupo era altamente treinado e costumava fazer reconhecimento dos locais a serem furtados. Os suspeitos filmavam as agências bancárias do lado de dentro, durante expediente, e do lado de fora. As imagens eram enviadas a três presos do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, que comandavam e financiavam as ações.

    "Eles [suspeitos] faziam vídeos [dos furtos] e mandavam via WhatsApp para o pessoal do presídio, e eles disseminavam para outros integrantes da quadrilha para ensinar como que faz o corte, como que desativa alarme. Eles falam que tem uma pessoa do grupo que até faz as edições dos vídeos com setas indicando onde ficam os alarmes e onde corta os sensores", contou o delegado Fábio Peró, do Garras.

    A quadrilha, segundo a polícia, foi responsável por assaltar duas agências bancárias em 2016 na capital sul-mato-grossense. Uma na avenida Eduardo Elias Zahran, no dia 29 de julho, e outra na avenida Júlio de Castilho, no dia 20 de agosto. Em nenhuma das ocasiões, os suspeitos conseguiram levar dinheiro.

    Segundo a polícia, a quadrilha foi desarticulada depois que um dos membros do grupo, que havia sido identificado como sendo um dos responsáveis pelo furto do dia 29 de julho, foi até a agência invadida no dia 20 de agosto para abrir uma conta. As investigações apontaram que, na verdade, o homem usou o procedimento como pretexto para fazer imagens do local e voltar mais tarde com o grupo - o que realmente aconteceu.
    Grupo usava luvas para não deixar impressões digitais, diz delegado (Foto: Dyego Queiroz/TV Morena)

    "A gente passou, então, a monitorar o banco. Na madrugada do dia 20, nossa equipe visualizou uma pessoa dentro de um carro na porta da agência e um suspeito nos fundos. Dois homens que iam cortar o cofre estavam dentro do banco. Todos foram presos. O que estava nos fundos ainda levou a gente até a casa de uma mulher, que participava do grupo. Lá, estavam os equipamentos usados pela organização", explicou Peró.

    De acordo com as investigações, os dois bancos foram invadidos pela mesma quadrilha. Apenas os responsáveis por abrir os cofres que não eram os mesmos. O responsável por abrir o cofre da agência da avenida Zahran está foragido, mas já foi identificado. O que participou do crime na agência da avenida Júlio de Castilho foi preso. Os dois, segundo a polícia, são de Mato Grosso e teriam sido contratados por terem experiência nesse tipo de crime.

    No celular de um dos suspeitos, a polícia ainda encontrou o vídeo de um cofre sendo cortado com uma máquina elétrica. A suspeita é que a imagem tenha sido feita na agência dos Correios de Coxim ou Sonora, no interior do estado. O registro ainda está sendo investigado.

    O carro usado no último furto do grupo foi apreendido. O veículo havia sido furtado em Cuiabá, e estava com placas clonadas. Os suspeitos vão responder por organização criminosa. O motorista do carro ainda vai responder por receptação.

    Chefes da quadrilha

    De acordo com Garras, os crimes eram coordenados de dentro do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande por três detentos. Eles são de Mato Grosso e foram presos em 2015 durante uma operação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros por participarem de uma série de ataques a bancos em Mato Grosso do Sul com o uso de maçaricos.



    Da TV Morena
    Por: Dyego Queiroz

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