CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    06/06/2016

    ARTIGO| O voo 804 da EgyptAir – O que realmente aconteceu?

    Airbus A320 da EgyptAir decola do Aeroporto Internacional de Viena (2015)

    O que, afinal, derrubou o voo da EgyptAir, de número 804, que saiu do aeroporto internacional Charles de Gaulle, em Paris, na França, com destino ao aeroporto internacional do Cairo, capital do Egito, em 19 de maio? Tendo caído no Mar Mediterrâneo, matando todos a bordo da aeronave (56 passageiros, 7 tripulantes e 3 seguranças), uma equipe multinacional e multidisciplinar, composta por agentes do Egito, da França e da Grécia atualmente lidera uma investigação que pretende solucionar o caso, e desvendar a possível causa da tragédia. 

    Sendo este o quinto voo da aeronave operado naquele mesmo dia, com o horário de decolagem marcado para as 23h10, a tripulação não esperava nada deste voo, senão apenas mais uma trajetória em sua rotina. Pouco menos de três horas e meia depois de sua partida, quando a aeronave estava próxima da costa do Egito, e portanto relativamente perto de seu local de destino, o Airbus A320 simplesmente desapareceu do radar. Os controladores de tráfego aéreo não teriam recebido chamadas de emergência ou contatos solicitando auxílio, por parte dos pilotos da aeronave. 

    Ao desaparecer do radar, e não chegar ao local de destino, uma força-tarefa foi rapidamente mobilizada para localizar a aeronave. Assim que um porta-voz da Agência de Aviação Civil do Egito confirmou a probabilidade do avião ter caído no mar, egípcios e gregos uniram forças para iniciar as buscas pela aeronave perdida. A França, logo depois, igualmente juntou-se às operações de resgate, seguida pelo Reino Unido. Em questão de algumas horas, navios e aviões militares de diferentes nacionalidades percorriam a região do provável local do desastre. No dia seguinte, a marinha naval e a força aérea egípcia descobriram destroços do avião a aproximadamente duzentos e noventa quilômetros da costa de Alexandria. Corpos de passageiros da aeronave, juntamente com seus pertences e bagagens, flutuavam à deriva no oceano.
    Trajetória do vôo 804 da EgyptAir. Avião está no ponto em que desaparece do radar, quilômetros antes de adentrar a costa do Egito. (Se ficou muito extenso, coloque apenas "Trajetória do vôo 804 da EgyptAir. Avião está no local em que desapareceu do radar.")

    Controladores de tráfego aéreo confirmaram que, embora não houvessem recebido nenhum pedido de auxílio direto da tripulação, sete mensagens de alerta foram enviadas automaticamente do Airbus pelo Sistema de Endereçamento e Registro de Comunicações da Aeronave (ACARS, na sigla em inglês), durante os sete minutos finais de presença do avião no radar, antes de desaparecer. As mensagens teriam acusado a propagação de fumaça à bordo da aeronave. A hipótese de uma bomba ter sido discretamente inserida à bordo do avião não está descartada. Alguns indícios, ainda prematuros, sugerem de fato a possibilidade de um atentado. Não obstante, evidências conclusivas ainda são inexistentes, e nada pôde ser confirmado até o momento. Ao tomar conhecimento da possibilidade de que uma bomba possa ter derrubado o voo 804 da EgyptAir, autoridades francesas deram início a investigações no aeroporto Charles de Gaulle, com o objetivo de detectar possíveis falhas e brechas no sistema de segurança.

    As buscas muito em breve prosseguirão em solo oceânico, na tentativa de recuperar as caixas pretas da aeronave. Autoridades egípcias recentemente contrataram os serviços de uma companhia de Maurício – pequeno país insular – que disponibilizará para a operação um veículo submarino operado remotamente, capaz de mapear o fundo do mar, e localizar as caixas pretas. Quando os agentes encarregados do caso estiverem em poder das mesmas, terão acesso a informações que poderão alavancar as investigações.

    Enquanto isso não acontece, diferentes especulações colidem entre os investigadores, à respeito do que teria ou não acontecido ao voo 804 da EgyptAir. De um lado, há os proponentes da teoria de que uma explosão teria ocorrido, como consequência de uma bomba colocada a bordo da aeronave. Do outro lado, há os que defendem a tese de que o desastre foi causado por um incêndio, que teria sido consequência de um provável curto-circuito no sistema elétrico. Há ainda aqueles que optam em não especular, nem se precipitar com quaisquer conclusões, preferindo montar o quebra-cabeças, conforme os indícios vão surgindo. Enquanto diferentes teorias colidem e divergem, nenhuma delas parece ganhar mais fôlego ou predileção do que outra. Oficiais americanos juntaram-se ao esforço investigativo, empregando as mais diversas formas de tecnologia de que dispõem – entre elas dados registrados em satélites – na tentativa de elucidar o ocorrido. Em sua maioria, permanecem bastante céticos quanto a posicionarem-se de forma categórica com relação a qualquer especulação, especialmente a que sugere que o avião caiu em consequência da explosão de uma bomba.

    Enquanto a verdade não vem à tona, a angústia e o desespero entre os familiares das vítimas – que em sua maioria eram egípcios e franceses – permanece, de forma dolorosa e aflitiva. Resta apenas ficar na expectativa, para que os responsáveis pela investigação concernente à tragédia do voo 804 da EgyptAir, que resultou em sessenta e seis fatalidades – e deixa, portanto, sessenta e seis famílias de luto – tenha um desfecho no mínimo favorável, e uma conclusão exata, capaz de elucidar o que de fato aconteceu. De preferência, o mais breve possível.