CAMPO GRANDE (MS),

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    25/04/2016

    Dalia Grybauskaitė – Presidente da Lituânia

    Dalia Grybauskaitė - Presidente da Lituânia

    Assim como o Brasil, a Lituânia também tem como presidente uma mulher. Dalia Grybauskaitė, que governa o maior dos estados bálticos desde 2009, tendo sido reeleita em 2014, é natural de Vilnius, e uma mulher de estado em um meio predominantemente masculino. Não obstante, parece determinada em marcar presença, e fazer da Lituânia um país melhor, o que, diga-se de passagem, se faz tão necessário quanto fundamental, em função dos crescentes problemas que o país tem enfrentado nos últimos anos, tendo se tornado uma das nações com os maiores índices de homicídio da União Europeia, e o primeiro país do mundo, no ranking mundial de suicídios, de acordo com o site top10mais. 

    Apesar das dificuldades, Grybauskaitė têm procurado mostrar trabalho e competência acima de tudo, além de acreditar em sua responsabilidade moral de representar corretamente o povo lituano. Tendo iniciado sua carreira no início dos anos 90 no Ministério das Relações Econômicas Internacionais, escalar a montanha política para concorrer a uma campanha presidencial de repente pareceu a Grybauskaitė uma oportunidade óbvia de fazer mais pelo seu país, em uma questão social e política, o que lhe valeu, em 2014, a vitória para um segundo mandato. Além de ser a primeira presidente mulher de seu país, é também a segunda a ser reeleita para um mandato consecutivo. 

    Com a firme convicção de criar um governo do povo e para o povo, a presidente Grybauskaitė têm plena certeza de que um trabalho sólido e dedicado é apenas o início de uma árdua tarefa, no que diz respeito a um pequeno país do leste europeu, que sofre com graves e aparentemente insolúveis problemas. Enfrentando amargas adversidades partilhadas por muitos outros países da região, que assim como a Lituânia, foram parte constituinte da União Soviética, a dissolução do bloco socialista – embora tenha permitido aos lituanos vislumbrar com otimismo uma perspectiva de futuro relativa –, trouxe consigo uma série de dificuldades, que até hoje estão sendo fonte de inesgotável sofreguidão para os lituanos, como a pobreza, o desemprego e as irreparáveis dificuldades econômicas das quais o país vem sofrendo em anos recentes.

    Depois de duas grandes crises econômicas, a mais recente recessão global deixou em 2009, o ano em que Grybauskaitė elegeu-se presidente, o estado báltico com um assustador e irreparável índice de 15,5% de desemprego no país, o que fez populares responderem à inércia do governo, com relação ao problema, de forma brutal e violenta, revelando indicadores socioeconômicos que salientaram ainda mais as enormes e vultuosas discrepâncias que até hoje existem entre o leste europeu, e o restante do continente. 

    Além de ter vencido as eleições por uma esmagadora margem de aproximadamente 69%, o que a fez bater um recorde em seu país, Grybauskaitė prometeu dar firmes e eficientes respostas aos problemas que a Lituânia têm enfrentado, o que certamente mostrou – e continuará mostrando – ser um desafio constante, repleto de circunstâncias complexas, e com resoluções não menos complicadas, o que envolverá comprometimento do governo, em projetos de médio e longo prazo. 
    Dalia Grybauskaitė e a então Secretária de Estado Hillary Clinton, durante uma conferência em Vilnius, Lituânia, em junho de 2011

    À despeito de uma pequena – para não falar muitas vezes inexistente – visibilidade global, a Lituânia têm sido uma presença constante na comunidade internacional, estabelecendo relações sólidas e promissoras com países vizinhos, além de ter sido capaz de solidificar e fomentar vínculos muito próximos com as superpotências, como Estados Unidos e Rússia, tendo estabelecido uma complexa e conturbada relação com esta última, diga-se de passagem. Denunciando o que lhe parece ser um abusivo comportamento autocrático e totalitário da parte do atual presidente russo Vladimir Putin, Grybauskaitė em diversas ocasiões acusou o Kremlin de endossar um vigoroso, infame e cruel governo terrorista, com inequívocas aspirações militares e políticas. O insaciável desejo russo por conquistas territoriais a qualquer preço, no entanto, já é deveras comum na região, inclusive na Lituânia, que por ter sido parte integrante da extinta União Soviética, ainda tem muito viva em sua memória os fatos e as consequências decorrentes das políticas russas de controle e domínio territorial, atribuindo ao seu conhecimento de causa os fatores que tanta repulsa lhe causam, quando o assunto em questão é o indefectível, arbitrário e desumano totalitarismo russo.

    Com graves problemas que colocam à Lituânia à margem do desenvolvimento da Europa, a busca pela solução dinâmica de questões domésticas prioritárias parece ser uma das buscas primordiais da política lituana no presente momento. Se a presidente Grybauskaitė, aquela que a mídia internacional no momento vem chamando de “A Dama de Ferro Lituana” e “A Magnólia de Aço”, será capaz ou não, de alcançar resultados plausíveis e duradouros, apenas o tempo dirá. Não obstante, a atual situação mostra certa satisfação dos lituanos com sua presidente, que parece ser uma mulher de estado comprometida, cumprindo sua agenda política formal de forma rigorosa e sistemática, além de fazer também aquele fundamental esforço a mais, desenvolvendo no âmbito de suas atividades políticas, nas questões domésticas, o social, o educacional e o financeiro da nação, e nas questões internacionais, a importância de solidificar relações diplomáticas e comerciais com outros países, em especial aqueles com os quais a Lituânia possui maiores afinidades históricas e políticas. Em um país que certamente necessita, urgentemente, de todas as formas e maneiras possíveis, de um rápido e progressivo desenvolvimento social e econômico, em nome do bem-estar da nação, todo e qualquer esforço, venha ele da esfera que for, com certeza será muito bem-vindo.