CAMPO GRANDE (MS),

  • LEIA TAMBÉM

    28/03/2016

    ARTIGO| A Hostilidade Tributária do Governo brasileiro

    Impostômetro localizado na avenida Djalma Batista, em Manaus, AM.

    Quando falamos em carga tributária, a verdade é que no Brasil, ninguém é mais castigado do que os empresários, principalmente os proprietários das micro, pequenas e médias empresas. E, infelizmente, posso descrever essa situação por experiência própria. A carga tributária exorbitante que os três governos – municipal, estadual e federal – exigem de todas as empresas que existem em território nacional é não apenas descomunal, insidiosa, maligna e conspícua, como também inerentemente aviltante, aflitiva, parasitária, hostil e abusiva. 

    Uma empresa – mesmo sendo de pequeno porte – tem gasto com alvará, contabilidade, sindicato, registros nos mais diversos órgãos [in] competentes (e, evidentemente, os custos básicos, como aluguel, condomínio e despesas adicionais – maiores ou menores – que invariavelmente ameaçam os recursos financeiros do empreendedor desde o início). Então, o enorme, vultuoso e aviltante gasto que você tem quando abre uma pequena empresa já começa de forma agressiva, mórbida, malévola, burocrática e exasperante a corroer as reservas financeiras do corajoso empreendedor, mas os abusos infelizmente não param por aí. 
    Reprodução

    Depois que empresa é estabelecida, o corajoso empreendedor aprende que é necessário trabalhar muito, porque o empresário tem que gerar dinheiro suficiente para sustentar a si próprio, a empresa que ele abriu, e os iníquos tributos que lhe serão cobrados. E o(s) governo(s) que cobrará(ão) os vultuosos e vexatórios tributos que ele deve pagar não estão se importando muito se o faturamento da pequena empresa está indo bem ou não. Eles irão simplesmente cobrar e cobrar e cobrar e cobrar e cobrar e cobrar e cobrar! Por que razão? Por que o governo está preocupado com a sociedade? Por que quer construir escolas, abrigos para os sem-teto e quer melhorar a segurança pública, porque o cidadão pagador de impostos merece ter os seus interesses atendidos? Na Alegrolândia funciona assim, mas não no brasil. Os governos cobrarão estas horrendas e exorbitantes quantias do audacioso empresário porque eles existem única e exclusivamente com o intuito de dissolver, corroer e boicotar o seu empreendimento. Os governos – municipal, estadual e federal – são fundamental e essencialmente os seus maiores inimigos, e vão fazer o possível para que todo o seu trabalho se torne um amálgama de esforços inúteis, executados em vão, até o pobre, agonizante e desamparado empreendedor ser esgotado e vencido pela excessiva cobrança tributária que exigem dele, para não falar da burocracia na qual ele estará constantemente soterrado. Sim, os governos brasileiros são insanos, satânicos e parasitários, e não pensarão duas vezes em esvaziar os recursos financeiros da iniciativa privada, para encher e forrar os cofres públicos, e então fazer a festa! E depois virão os honrados e distintos governadores, que justificarão a ausência de reforços na segurança pública argumentando a crise financeira. Crise financeira? Se eu pago até pelo ar que eu respiro? Se vocês, corruptos indolentes, ignorantes e famigerados, não desviassem as verbas públicas, que eu pago com o suor do meu trabalho – algo que vocês obviamente não conhecem, nem nunca jamais conheceram, na vida de cafezinho, gravata e bigode de vocês – existiria dinheiro sobrando para acabar com a fome na Somália, mandar o Sarney tirar férias permanentes em Vênus e até comprar a ilha de Madagáscar, para incorporá-la como uma turística seccional exótica do estado do Amazonas. Como honestidade está em baixa em todas as esferas governamentais brasileiras atualmente, e desvio de recursos públicos está na moda desde que Pedro Álvares Cabral aprendeu a soletrar, é evidente que sempre vai faltar dinheiro, pois nada é capaz de saciar esta insaciável e furiosa fome dos servidores públicos brasileiros por dinheiro, e dinheiro, e dinheiro e mais dinheiro.

    E o dinheiro com o qual pagamos os impostos, para onde vai? Vai para os nosso queridos, doces, benévolos e achocolatados servidores públicos, que tanto dão do seu precioso tempo para nós, aviltantes, indolentes, hostis, famigerados, desprezíveis e constantemente descontentes seres humanos comuns, que tanto reclamam deles, os queridos, benévolos, fabulosos, maravilhosos e abnegados dirigentes políticos brasileiros.

    A ironia disso tudo é que quando as empresas decidem sonegar para sobreviver, elas são consideradas as vilãs da história! Algumas até viram notícia porque – meu Deus – para continuar existindo, gerando renda, sustentando famílias e tentando não falir, decidem não custear os aviltantes excessos e luxos de nossos honrados, fenomenais, arguciosos e sorridentes governantes.

    A verdade é que aqui, na República Federativa da Indolência, do Furto e da Corrupção, para o pequeno e médio empreendedor honesto, muito mais do que estar “com as contas públicas em dia”, a sonegação é uma questão de sobrevivência.