CAMPO GRANDE (MS),

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    29/02/2016

    ARTIGO| Donald Trump e a Demagogia da Estupidez

    Donald Trump - Divulgação

    Nunca houve antes, provavelmente, em toda a história dos Estados Unidos, um candidato à presidente que tenha se mostrado tão falacioso, cômico, burlesco, insensato e desesperado por atenção como Donald Trump, um homem cuja falta de discernimento e limitada capacidade de raciocínio aparentemente o faz pensar que promover a intolerância e a segregação, em um país de imigrantes, de caráter multicultural como os Estados Unidos, é o primeiro passo para a solução de todos – ou quase todos – os problemas do país. 

    Desde que se tornou candidato à presidente, este prepotente, obtuso e empertigado senhor de 69 anos, embora não fosse nenhum desconhecido, consolidou seu status de celebridade pela nação, e também pelo mundo afora, proferindo as afirmações mais ridículas, estúpidas e imbecis que um candidato à presidente já fez, em toda a história dos Estados Unidos. Seus argumentos pobres, sua deplorável falta de conhecimento histórico e social com relação ao país em que vive, sua formidável ignorância, incoercível intransigência, inflamável arrogância, descomunal falta de inteligência, e total ausência de bom senso, alicerçada ao seu egocêntrico desespero por atenção e popularidade, o tornaram uma figura tão incongruente e desprezível quanto cínica e picaresca no atual cenário político americano. Mas ele de fato acredita em tudo aquilo que profere. Seria cômico, se não fosse trágico. 

    Com declarações estapafúrdias que estão fazendo com que Trump seja comparado à Adolf Hitler, afirmações estúpidas, como “Eu amo pobres esclarecidos.”, “O meu QI é um dos mais altos.” e “Homens negros contando o meu dinheiro! Eu odeio isso.” estão fazendo Donald Trump ser um dos mais controversos e polêmicos candidatos à presidente na história dos Estados Unidos da América. Chamando a atenção do mundo inteiro, da mídia global e principalmente de políticos e dirigentes governamentais de diversas nações – todos em sua maioria escandalizados com tudo aquilo que Donald Trump profere – o candidato republicano, por incrível que pareça, está se tornando cada vez mais popular entre os americanos, que parecem a cada dia mais desesperados por soluções rápidas para todos os problemas do país. Algo que Donald Trump, com uma falaciosa retórica insensível, repleta de falsa audácia, ignominiosa soberba e pérfida obstinação, promete ao seu eleitorado, sempre que faz os seus discursos vazios, arrogantes e fúteis, adornados por uma demagogia tendenciosa, que prega como solução para grande parte dos problemas do país o racismo, a intolerância e a divisão.

    Se Donald Trump queria chamar a atenção da mídia e do mundo, ele conseguiu. Colocando como primeiro plano de seu discurso político uma islamofobia radical e fulminante, Trump apela para o medo, para o terror e para o temor dos americanos, com relação a futuros e possíveis atentados terroristas, para alavancar a sua popularidade. Prometendo ser capaz de oferecer e elaborar métodos de segurança – que na prática, jamais seriam possíveis – mais dinâmicos e eficientes, pejorativamente associando todos os muçulmanos ao terrorismo, e argumentando irracionalmente que todos os muçulmanos deveriam ser tratados como terroristas em potencial, Donald Trump tem demonstrado que não existem limites para a sua ignorância, desfaçatez e alienação. Sem ter capacidade de compreender as consequências que uma mentalidade intolerante poderia desencadear no país como um todo, Trump apela para as temeridades coletivas de seus conterrâneos, alegando ser capaz, através de medidas radicais, de tornar os Estados Unidos um país mais seguro, e efetivamente blindado, contra possíveis ameaças terroristas. 

    Vence, ou não vence?

    Se Donald Trump vencer a corrida presidencial, e tornar-se de fato presidente dos Estados Unidos, nunca antes em toda a sua história os americanos terão descido tão baixo na sua escala de valores morais e patrióticos, no seu desespero em alcançar uma rápida solução para os problemas do país. Deixando-se persuadir por uma abastada, mas incongruente, vil e dissoluta retórica repleta de orgulho, ambição e parcialidade, Donald Trump é na verdade um demagogo frio, confuso, inseguro e receoso, que não busca absolutamente nada senão atingir as suas próprias ambições pessoais. Não obstante, além de não ser capaz de fazer absolutamente nada do que promete, Donald Trump certamente enterrará ainda mais o espírito, a moral e os valores da sociedade americana, ao lutar por ideais discriminatórios, e explorar, de forma imoral e repulsiva, mas inteligente e astuciosa, os temores da população, em tópicos como terrorismo, desigualdade social, e prosperidade econômica.

    Com um homem desses subindo nas pesquisas, e correndo o risco de tornar-se dirigente da mais relevante superpotência mundial, o estrago que será feito só não será maior se uma bomba atômica acabar com os Estados Unidos antes que Trump possa de fato vir a ser eleito, e empossado. Com ideias e ideais anacrônicos, estúpidos, racistas, desumanos e elitistas, sua retórica mundana, que transborda favoritismo, egocentrismo, parcialidade e xenofobia é capaz de promover um retrocesso sem igual na história dos Estados Unidos da América. Os americanos que se cuidem. Estão sendo enganados e iludidos muito facilmente por uma ladainha repleta de canibalismo, histeria, falácia e degeneração moral. Agora, mais do que nunca, em toda a sua gloriosa história, está na hora dos americanos provarem para o mundo inteiro que não são estúpidos.