CAMPO GRANDE (MS),

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    07/12/2015

    Estado Islâmico inspira ataques terroristas independentes

    Tiroteio em São Bernardino, Califórnia, mata 14 pessoas, e deixa 21 feridas

    Agentes do FBI e forças policiais locais trabalham em conjunto no local do incidente

    Na última quarta-feira, dia 2, um casal – posteriormente identificado como Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik –, ambos armados com rifles e pistolas semiautomáticas, abriram fogo durante um evento no Centro Regional Inland (IRC, na sigla em inglês), uma instituição pública encarregada de oferecer benefícios e assistências diversas para portadores de deficiência, em São Bernardino, Califórnia, matando quatorze pessoas, e ferindo vinte e uma. Depois do brutal ataque, o casal fugiu em um utilitário esportivo preto, que havia sido alugado alguns dias antes. 

    Depois que a polícia foi acionada, uma tensa perseguição teve início, com troca de tiros. Eventualmente, o casal de assassinos foi morto no confronto com a polícia. Logo em seguida, os perpetradores do massacre foram identificados, e a investigação subsequente foi classificada como uma operação de contraterrorismo. 

    Os autores do atentado foram posteriormente identificados como Syed Rizwan Farook, e sua esposa, Tashfeen Malik. Syed Farook, embora houvesse nascido nos Estados Unidos, era filho de paquistaneses. Conhecido por ser um muçulmano fervoroso, de orientação sunita, viajou para a Arábia Saudita diversas vezes, para o ritual de peregrinação à Meca. Assíduo e pontual, dificilmente faltava às reuniões na mesquita, e era conhecido por ser um homem calmo, quieto e reservado. Farook trabalhava como inspetor de alimentos para o Departamento de Saúde Pública de São Bernardino. 

    Tashfeen Malik, por sua vez, era natural do Paquistão, mas vivia na Arábia Saudita. Ela e seu marido encontraram-se na internet, e, casaram-se pouco depois de se conhecerem pessoalmente. Tendo adquirido um visto de residência permanente em função da união matrimonial, Malik passou em todos os testes e cumpriu todas as rigorosas exigências requeridas para a concessão do Green Card. Apesar de mulheres engajadas em atividades terroristas constituírem uma irrisória porcentagem no número total de pessoas envolvidas, neste caso, os investigadores, por razões ainda desconhecidas, acreditam que Tashfeen Malik foi quem de fato concebeu o plano. 

    De acordo com as investigações realizadas pelas diversas agências policiais envolvidas no caso, um post em uma rede social atribuído à Malik indicaria uma possível adesão do casal ao Estado Islâmico; não obstante, parece comprovado o fato de que ambos não teriam qualquer ligação direta ou oficial com a organização terrorista. Dessa maneira, o atentado teria sido realizado pelo casal como uma espécie de “apoio” ideológico não solicitado, embora posteriormente reconhecido, pelo Estado Islâmico. 

    Ao revistarem a residência do casal, a polícia encontrou um vasto arsenal de armas e munição. Farook e sua esposa Malik estavam casados há pouco tempo, e eram pais de uma menina de seis meses. Ambos não tinham antecedentes criminais. Reconhecendo a gravidade da situação, durante uma entrevista recente ao canal de notícias CBS, o presidente americano Barack Obama falou “Nós temos hoje um padrão de tiroteios em massa neste país que não encontra paralelo em nenhum outro lugar no mundo”. As autoridades americanas temem o uso que o Estado Islâmico possa fazer das redes sociais, para incentivar ataques similares, em um esforço que tem mostrado ser um incessante programa de recrutamento global, da parte da organização terrorista.

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