CAMPO GRANDE (MS),

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    09/11/2015

    Recentes desdobramentos astronômicos Planetas-anões e a categorização de Plutão


    A astronomia nunca para de evoluir, mas como a grande maioria das pessoas não acompanha com frequência tais desdobramentos, ficam com conhecimentos obsoletos, que necessitam de atualizações periódicas. Por exemplo: muitas pessoas desconhecem o fato de que em nosso Sistema Solar, contamos – por enquanto, até não descobrirem mais – com cinco planetas-anões, sendo eles Haumea, Makemake, Éris, Ceres e Plutão. Ceres, localizado no cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter, vem a ser o que está mais próximo da Terra. 

    Plutão, que desde sua descoberta, era considerado um planeta, foi reclassificado em 2006 como um planeta-anão, em virtude de seu diminuto tamanho, e também por não se enquadrar em outros critérios, estabelecidos pela União Astronômica Internacional, necessários para que um corpo celeste seja adequadamente reconhecido e classificado como um planeta. Embora muitas pessoas não o saibam, Plutão possui cinco satélites: Styx, Nix, Hydra, Cérbero e Caronte, este último tendo quase o tamanho do planeta que orbita. Por esta razão, muitos na comunidade científica e astronômica se referem a Plutão e Caronte como um sistema duplo de planetas. 

    Caronte e Plutão também possuem um intercâmbio planetário interessante, conhecido como rotação sincronizada, o que significa que suas órbitas encontram-se em uma perfeita harmonia, e faz com que a mesma face de Plutão sempre aponte para Caronte, assim como, da mesma maneira, a mesmo face de Caronte sempre aponta para Plutão. De forma similar – embora não exatamente igual –, o mesmo ocorre com a Lua, em relação à Terra. Em virtude da rotação sincronizada, que é resultado de bloqueio gravitacional, a Lua não gira em torno de seu próprio eixo, mas faz um movimento que acompanha a Terra. Por isso enxergamos sempre o mesmo lado da Lua, e jamais o seu lado oculto, que, como o próprio nome sugere, nunca é visto da Terra. 

    Recentemente, o renomado astrônomo americano Neil deGrasse Tyson protagonizou o documentário intitulado “The Pluto Files” (Os Arquivos de Plutão), no qual documenta a profunda indignação do povo americano, em geral, pelo fato de Plutão ter sido rebaixado da categoria de planeta. Mas por que os americanos gostam tanto de Plutão?

    Isso ocorre porque Plutão foi descoberto por um americano, Clyde Tombaugh, que nem sequer era um astrônomo profissional, mas um fazendeiro com profundo interesse por astronomia, que construía os seus próprios telescópios, e que, apesar de caseiros, eram notáveis pela sua eficiência. 

    Não obstante, apesar de seu amadorismo, Tombaugh perseverou, e tornou-se um astrônomo profissional. Plutão foi descoberto em 18 de fevereiro de 1930, enquanto Tombaugh fazia observações e estudos no Observatório Lowell, em Flagstaff, no Arizona, com o auxílio da experiência, das dicas e das orientações de Percival Lowell, o fundador do observatório. O nome Plutão foi sugerido por uma garota britânica, que, à época da descoberta, tinha onze anos de idade apenas, chamada Venetia Burney (que morreu recentemente, idosa, em 2009). O nome rapidamente foi aceito, em virtude do fato de que o símbolo do planeta – , por causa das iniciais, PL – coincidiam com as iniciais do nome de Percival Lowell, o fundador do observatório no qual Plutão fora descoberto.

    A astronomia, sempre tão fascinante em todos os seus aspectos e campos de estudo, tem a capacidade de nos mostrar quão pequenos somos, e quantas coisas interessantes existem, para serem descobertas no cosmos e no espaço sideral, e renovar periodicamente o nosso conhecimento no assunto pode ser tão estimulante, quanto enriquecedor, em virtude das enormes possibilidades que ela apresenta ao ser humano.