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    28/09/2015

    Europa – Contrastes sociais, tecnológicos, econômicos e humanitários

    Divulgação

    Quando falamos em Europa, logo pensamos em elevados padrões de desenvolvimento humano, pesquisas científicas, tecnologia de ponta, e estrutura financeira e econômica de primeira grandeza, entre muitos outros predicados, associados à ideia que muitos fazem da Europa, quando o assunto em questão é ciência, tecnologia e educação. Esta ideia em si não está errada, mas ela se aplica quase que exclusivamente aos países da Europa ocidental, da Europa Setentrional, e da Europa Central, principalmente. Quando falamos da Europa Oriental, o assunto toma um rumo muito diferente.

    A Europa Oriental, em virtude da herança socialista, sempre teve que conviver com suas desmesuradas e deprimentes consequências, a saber, índices infinitamente maiores de pobreza crônica, falta de investimentos, criminalidade, desigualdade social, insegurança financeira, e turbulências e instabilidades políticas, entre muitos outros problemas, o que a coloca em um patamar de desenvolvimento (ou falta dele) radicalmente diferente do restante do continente.

    Assim sendo, por essas e outras razões, para todos estes países, sempre foi muito difícil, para não dizer quase impossível, alcançar os elevados padrões educacionais, civilizatórios, estruturais, sociais e econômicos do restante do continente, o que deixou uma grande lacuna entre o leste e o oeste europeu, do qual tais países ressentem-se até hoje.

    Algo muito similar ocorreu com a Alemanha, quando esta foi dividida em duas, logo depois da segunda guerra mundial, separando-se em duas nações virtualmente distintas, e completamente diferentes, a saber, a República Democrática Alemã, e a República Federal da Alemanha. A República Democrática Alemã, administrada pela União Soviética, tornou-se um estado satélite socialista, e, em virtude do descaso da URSS, não recebeu nenhum tipo de respaldo ou investimento, em qualquer área humana, fosse social, educacional ou trabalhista, vindo assim, a tornar-se sinônimo de recessão, pobreza e retrocesso. A República Federal da Alemanha por sua vez, sendo administrada pelos aliados – a saber, Estados Unidos, França e Inglaterra – logo recebeu tudo o que precisava para a reconstrução da nação, com investimentos caros em todas as áreas possíveis, tanto em âmbito político, quanto econômico, civil, educacional e urbano, o que rapidamente elevou o país ao status de uma das mais desenvolvidas nações da Europa, em questão de pouco tempo, o que criou uma enorme e insuperável diferença entre as duas Alemanhas. 

    Ou seja, enquanto uma Alemanha era pobre e destituída, a outra tornava-se rica, e ia, a pleno vapor, em direção a um futuro sólido, resplandecente, esperançoso e promissor. Assim, as duas Alemanhas tornaram-se, ironicamente, o reflexo exato do continente europeu: enquanto a Alemanha Oriental – juntamente com o restante do leste europeu – era pobre e subdesenvolvida – a Alemanha Ocidental, juntamente com o restante do oeste europeu – tornava-se símbolo de ostentação, oportunidades, abundante prosperidade, materialismo econômico e desenvolvimento. O que a Europa Oriental sofre até hoje não é senão reflexo do socialismo, que nada trouxe para o mundo, a não ser desigualdade social e extrema pobreza. Se até o continente mais desenvolvido do mundo sofre com as consequências de uma atroz e ferrenha desigualdade crônica, aparentemente incapaz de ser suprimida ou eliminada, não deveríamos nos impressionar nem um pouco por vivermos no terceiro mundo, em um dos países mais desiguais do globo terrestre. A triste percepção que fica, no entanto, é a grande incapacidade dos seres humanos, em tirar uma lição disso tudo. 

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