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    31/05/2015

    Butão - Um modesto, porém emergente Dragão em ascensão

    Divulgação

    Butão, um pequeno país asiático que faz fronteira, ao norte, com a China, e, no restante de seu território, com a Índia, apesar de seu modesto tamanho, têm mostrado um desenvolvimento surpreendente, em praticamente todas as esferas humanas e sociais da nação, que estenderam-se à política, ao comércio, à cultura, e à preservação histórica, natural e ambiental de seu território, expandindo sua esfera de atuação do nível nacional para o internacional, em questão de pouco tempo. Governada pela Casa Real de Wangchuck há pouco mais  de cem anos, recentemente, a transição do regime governamental, que passou de monarquia absoluta para monarquia constitucional, revelou ainda mais o potencial construtivo e os alvos altruístas de um país que, se por um lado, possui, de fato, um território muito pequeno, por outro lado têm expansivas e grandiosas ambições para o seu futuro. Governado desde 2006 pelo rei Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, que assumiu o poder quando seu pai, Jigme Singye Wangchuck, abdicou, em seu favor, desde então, o "Rei Dragão", quinto monarca a governar o país, parece estar levando muito a sério o seu papel como governante.

    Visitando escolas em todas as ocasiões oportunas, faz referências constantes à importância da educação em praticamente todas as suas aparições públicas, e concede bolsas de estudo a alunos exemplares, sendo extremamente imparcial e justo na concessão do benefício, buscando contemplar estudantes de virtualmente todas as regiões do país, além de possibilitar  aos contemplados a oportunidade de estudarem no exterior. Por suas ações, desde que assumiu a mornarquia, o rei Wangchuck parece envolver-se profundamente com todas  as reformas e projetos possíveis para melhorar a qualidade de vida no país, estando à frente de importantes e construtivas iniciativas, como a democratização da nação, programas de voluntariado, reformas de terra e diplomacia, para citar apenas algumas áreas em que tem atuado de forma intensa e constante. Um governante ponderado, humanitário e razoável,  tem concedido anistia à diversos presidiários - o que lhe é permitido, pela constituição - perdoando, evidentemente, apenas prisioneiros com registro de bom comportamento, e que não  eram reincidentes, nem ofensores de crimes graves. O mais recente perdão foi concedido a diversos presidiários condenados por posse excessiva de tabaco, cuja comercialização, posse e  quantidade são estritamente regulamentadas pela lei. Visitas, em anos recentes, à Tailândia e ao Japão, tornaram o rei Wangchuck extremamente popular em diversos países do Oriente, e, ao que tudo indica, o seu registro de atividades não irá parar por aí. Começando a despontar e a revelar todo o seu potencial no cenário internacional, Butão tem se destacado também como um excelente e inovador produtor cultural. Com uma relativamente nova, porém promissora indústria cinematográfica, que produz aproximadamente trinta filmes por ano, e que, até a pouco tempo atrás, era extremamente influenciada por Bollywood - a indústria cinematográfica indiana - os filmes em Butão estão começando a adquirir qualidades cada vez mais notáveis e peculiares,  e vem consolidando, progressivamente, uma forte identidade própria. Prova disso está no sucesso internacional que o filme Viajantes e Mágicos, de 2003 - o primeiro filme a ser gravado inteiramente  em território butanês - alcançou, pouco depois que foi lançado, sendo agraciado e aprovado quase que unanimemente pela crítica especializada, apesar de seu elenco quase inteiramente amador. 

    Além de manter relações diplomáticas com diversos países, inclusive com o Brasil, Butão é o único país no mundo com uma escala criada para pesquisar e medir - literalmente - a felicidade da população, o Índice da Felicidade Nacional. Tendo, em 1999, abolido uma lei que proibia a televisão e a Internet, Butão tornou-se um dos últimos países do mundo a introduzir a televisão, admitindo que tal passo era fundamental para a modernização do país, mas alertando, no entanto, para que sua população fizesse um uso correto do aparelho, admoestando fortemente seus habitantes a serem críticos e analíticos com relação ao conteúdo dos programas que escolhessem assistir, evitando, assim, a degradação dos valores tradicionais butaneses. 

    Evidentemente subestimado, em virtude de seu diminuto tamanho, Butão está se revelando um país cada vez mais emergente no cenário internacional, e, com certeza, seu avanço em muitas áreas terá um impacto que invariavelmente irá transcender suas fronteiras. Embora tenha os seus problemas, evidentemente - principalmente no tratamento  dispensado aos Lhotsampas - nepaleses étnicos, e seus descendentes, que viviam em território butanês -, que tornaram-se refugiados butaneses no Nepal, depois que foram expulsos, por recusarem-se a aceitar a forçada assimilação cultural a que foram expostos, Butão ainda pode ser considerado, em virtude de seu elevado progresso em anos recentes, um pequeno pedaço de paraíso, em um mundo cada vez mais caótico e turbulento. Em grande parte, isso se deve ao fato do seu governante ter se mostrado um homem altruísta e um generoso benfeitor, que parece realmente disposto a diligentemente governar a nação, e a cuidar dos seus. Até o presente momento, o rei Wangchuck tem demonstrado ser um homem de mentalidade altruísta, mais interessado em servir ao seu país, do que ser servido por ele, e, para o real progresso e desenvolvimento de uma nação, essa é uma atitude que faz toda a diferença. 



    Por: Wagner Hertzog